Bilionário faz previsão sombria para a bolsa americana

Como você deve ter acompanhado aqui junto comigo, os juros nos EUA estão subindo. Ray Dalio, que além de ser um dos investidores mais bem sucedidos, também é um profundo conhecedor da história da Economia e dos mercados globais, voltou a fazer uma de suas previsões sombrias para as ações das bolsas americanas e para a economia como um todo, após a divulgação dos indicadores de inflação e do aumento da taxa de juros americana.


“Parece que as taxas de juros terão que subir muito” escreveu o investidor bilionário e fundador da Bridgewater Associates – maior hedge fund do mundo – em um artigo publicado em seu LinkedIn.


“Isso reduzirá o crescimento do crédito no setor privado, o que reduzirá os gastos do setor e portanto, da economia com ele.” 


Segundo Ray, um aumento nas taxas de juros chegando próximo aos 4,5% levaria a uma queda de cerca de 20% nas cotações das ações, devido ao efeito da taxa de desconto usada nas avaliações a valor presente. Além disso, Dalio acredita que teremos um impacto negativo de 10% na renda das famílias.


Ray observa que os investidores ainda estão muito otimistas com a inflação a longo prazo. Os títulos de renda fixa mostram que o mercado está precificando uma inflação de 2,6% na média para os próximos 10 anos. Mas a estimativa do bilionário é que o aumento será para a faixa de 4,5% a 5%. 


Uma inversão cada vez mais acentuada das principais medidas da curva de juros – avaliadas por muitos como um anúncio de uma possível recessão – ajudou a reforçar a visão pessimista sobre a atividade econômica entre os investidores.


O mercado especula que o FED levará a economia à recessão no próximo ano como efeito da luta para conter a inflação que insiste em subir.


Como temos acompanhado juntos, o S&P continua em queda e está caminhando para sua maior perda anual desde 2008 – ano da crise financeira que levou a falência do tradicional banco de investimentos Lehman Brothers – enquanto os Treasuries sofreram uma das suas piores baixas em décadas.