Essa é uma série de 3 posts explicando esse evento. Esse é o 2o deles.
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Bem-vindo ao mundo dos investimentos, onde a empresa A pode comprar ações da empresa B, que possui ações da empresa C, que possui ações da empresa A. As estruturas de participações acionárias são o auge da engenharia financeira. Desvendar quem ou o que é dono de uma empresa pode ser difícil de entender. Nesse caso, a estrutura de ações da Volkswagen-Porsche é um caso mais complexo do que a maioria.
Os senhores Ferdinand Porsche e Anton Piëch fundaram a Porsche em 1931, enquanto a Frente Trabalhista Alemã fundou a Volkswagen em 1937. Essas duas empresas tem uma história bastante detalhada e precisaríamos de uma série muito maior de posts para detalhar tudo isso.
O fundamental é que os descendentes de Porsche e Piëch possuem todas as ações ordinárias da Porsche SE, enquanto algumas ações preferenciais são detidas por investidores institucionais e privados.
A Porsche SE possui 31,4% das ações da Volkswagen, mas 53,3% dos direitos de voto. O Estado da Baixa Saxônia detém 11,8% das ações e 20% dos direitos de voto, enquanto a Qatar detém 10,5% das ações e 17% dos direitos de voto. Entendeu?
Resumindo, as famílias Porsche e Piëch controlam juntas a Porsche SE, que controla a Volkswagen, que controla a Porsche AG. Ficou mais fácil?
A conclusão é que as famílias originais manterão um domínio sobre a Porsche AG quando ela for desmembrada, tanto via Volkswagen quanto por propriedade direta.
Respira fundo e vamos para o último post -> Por que o IPO da Porsche pode ser o evento financeiro do ano?