10 dicas para aumentar sua renda e poupar mais dinheiro

Olá, Eduardo! Sabemos que a vida financeira pode ser complicada, mas estou aqui para te ajudar a conquistar a liberdade financeira.

 

Vamos começar com 10 dicas simples, mas poderosas, que vão te ajudar a aumentar sua renda e poupar mais dinheiro.

 Anota aí:

  1. Conheça seus gastos: É importante saber exatamente onde seu dinheiro está indo para poder fazer ajustes e economizar.

 

  1. Faça um orçamento: Com base nos seus gastos, crie um orçamento realista e siga-o.

 

  1. Evite dívidas: Tente não gastar mais do que ganha e evite dívidas desnecessárias.

 

  1. Invista em você: Busque sempre se atualizar e investir em suas habilidades e conhecimentos.

 

  1. Pense a longo prazo: Planeje suas finanças pensando no futuro e em seus objetivos de longo prazo.

 

  1. Busque fontes de renda extra: Procure formas de aumentar sua renda, como trabalhos freelancer ou vendas de produtos.

 

  1. Economize para emergências: Mantenha uma reserva financeira para imprevistos e emergências.

 

  1. Busque investimentos seguros: Faça pesquisas sobre investimentos seguros e comece a investir.

 

  1. Priorize suas metas: Defina suas metas financeiras e priorize o que é mais importante para você.

 

  1. Tenha disciplina: Mantenha a disciplina para seguir seu orçamento e suas metas financeiras.

 

Conclusão

Essas são algumas das dicas básicas para te ajudar a conquistar a liberdade financeira. Vamos juntos rumo ao sucesso financeiro!

5 razões para o investidor evitar o Home Bias

Existem várias razões pelas quais um investidor deve evitar o home bias:

  1. Diversificação: Investir apenas em empresas e ativos de seu próprio país pode limitar a diversificação da carteira, o que pode aumentar o risco de perda. Ao investir globalmente, os investidores podem se beneficiar da diversificação geográfica e setorial, o que pode ajudar a mitigar o risco e aumentar as chances de obter retornos positivos.

  2. Oportunidades de investimento: Evitando o home bias, os investidores podem aproveitar as oportunidades de investimento que podem ser encontradas em outros países e mercados. Por exemplo, uma empresa estrangeira pode ter uma vantagem competitiva ou estar em um mercado em crescimento que oferece maiores oportunidades de retorno.

  3. Risco de câmbio: Investir apenas em empresas e ativos de seu próprio país pode expor os investidores ao risco cambial, ou seja, ao risco de flutuação dos preços das moedas. Ao investir globalmente, os investidores podem se beneficiar da diversificação cambial, o que pode ajudar a mitigar esse risco.

  4. Melhores retornos: evitando o home bias, os investidores podem aumentar suas chances de obter melhores retornos, especialmente em mercados emergentes ou em outros mercados que não sejam o seu país de origem.

  5. Risco geopolitico: Investir apenas em empresas e ativos de seu próprio país pode expor os investidores ao risco geopolítico, ou seja, ao risco de eventos políticos ou sociais que possam afetar as empresas e os mercados financeiros de seu próprio país. Ao investir globalmente, os investidores podem se beneficiar da diversificação geográfica, o que pode ajudar a mitigar esse risco.

Lembre-se de que investir internacionalmente envolve riscos adicionais, como flutuações cambiais e regulamentações diferentes. É importante fazer sua própria pesquisa e consultar um profissional financeiro antes de tomar qualquer decisão de investimento.

o que é Home Bias

Home bias é o fenômeno no qual os investidores tendem a investir mais em empresas e ativos de seu próprio país, em vez de diversificar sua carteira globalmente. Essa é uma das razões que leva o investidor iniciante a evitar os investimentos internacionais. Como eu explico para os meus clientes, é a tendência das pessoas de “ficarem no quentinho”, permanecer na zona de conforto, embaixo das cobertas ao invés de levantar a cabeça e descobrir o mundo. Isso pode ser explicado com alguns exemplos simples:

  • Um investidor brasileiro que possui a maioria de sua carteira de investimentos em ações de empresas brasileiras e títulos do governo brasileiro, em vez de investir em empresas e títulos de outros países.
  • Um investidor americano que tem a maioria de sua carteira em ações de empresas americanas e títulos do governo americano, em vez de investir em empresas e títulos de outros países.

A “home bias” pode ser causada por uma variedade de fatores, incluindo preferência por investir em empresas e títulos que os investidores entendem melhor, bem como a crença de que as economias e os mercados financeiros de seu próprio país são mais previsíveis e menos voláteis do que os de outros países. No entanto, essa tendencia pode limitar o potencial de retorno dos investimentos. A diversificação globalmente pode ajudar a mitigar o risco e aproveitar oportunidades de investimento em diferentes economias e mercados.

É importante lembrar que, assim como qualquer investimento, há riscos envolvidos na investimento internacional. Diversificar sua carteira, fazer sua pesquisa e consultar um profissional financeiro podem ajudar a minimizar esses riscos.

como começar a investir internacionalmente

Uma forma comum de começar a investir internacionalmente é através de fundos mútuos ou ETFs (Exchange-Traded Funds) que permitem que você invista em uma variedade de empresas e títulos internacionais de uma só vez. Esses tipos de investimentos permitem que você diversifique sua carteira e se beneficie das oportunidades de crescimento econômico em diferentes mercados, sem precisar se preocupar com os desafios de se investir diretamente em empresas estrangeiras, como questões regulatórias e riscos cambiais.

Além disso, é importante seguir alguns passos para começar:

  • Faça sua lição de casa e estude os diferentes mercados internacionais. Considere os diferentes fatores econômicos, políticos e regulatórios de cada país, além de sua própria tolerância ao risco e objetivos de investimento
  • Escolha os fundos mútuos ou ETFs que melhor se adequem ao seu perfil de risco e objetivos de investimento.
  • Diversificar sua carteira, isto é, escolhendo vários países e setores diferentes para investir, isso ajuda a reduzir o risco de investir em apenas um mercado ou uma empresa específica.
  • Tenha um plano de saída e monitore sua carteira regularmente para se certificar de que ela ainda está alinhada aos seus objetivos de investimento.

É importante lembrar que, assim como qualquer investimento, há riscos envolvidos no investimento internacional. Diversificar sua carteira, fazer sua pesquisa e consultar um profissional financeiro podem ajudar a minimizar esses riscos.

6 etapas da estratégia financeira do CFP®

Como você já deve saber, estou na reta final do meu processo de certificação para finalmente conseguir minha credencial de planejador financeiro CFP®. O conhecimento e a prática já exerço há alguns anos. Agora é hora de passar na prova e conseguir o selo.

Recebi uma quantidade enorme de feedbacks a respeito do artigo que escrevi sobre como escolher um assessor financeiro. Por esse motivo, acredito que você também achará útil conhecer o processo que a Financial Planning Standards Board exige que os profissionais certificados sigam. 

CFP® é a sigla para Certified Financial Planner™ (Planejador financeiro certificado), e é o padrão de excelência em planejamento financeiro. Os profissionais CFP® são preparados e atendem a rigorosos padrões de educação, treinamento e ética. Devem estar comprometidos em buscar os melhores interesses de seus clientes no presente para orientá-los para uma melhor saúde financeira e segurança.

O processo de planejamento financeiro é separado em seis etapas. Um bom profissional de assessoria financeira, geralmente busca seguir essas etapas para desenvolver as estratégias financeiras para seus clientes. 

As 6 etapas do planejamento financeiro são:

Etapa 1 – O primeiro passo é definir quais são seus objetivos. Além disso, buscamos alinhar as expectativas e como será a nossa relação com os nossos clientes. O profissional CFP® normalmente faz muitas perguntas para descobrir o que você deseja. O objetivo desta etapa é criar uma base e um propósito para entender se faz sentido seguir em frente, tanto para o assessor financeiro quanto para o cliente, pois essa relação deve ser positiva para ambos.

Etapa 2 – O segundo passo é a etapa de coleta e organização dos dados financeiros. Esse processo ajuda o profissional CFP® a identificar os objetivos e fornecer as estratégias e ferramentas adequadas para que você consiga atingi-los. 

Algumas informações importantes que precisamos entender são: Sua tolerância ao risco, prazo, metas, fluxo financeiro e capacidade de poupança atual, gerenciamento de riscos atualmente usados, experiência financeira, dinâmica familiar, crianças e suas idades, hobbies, etc.

É fundamental que você forneça informações claras e abertas, com isso facilita o trabalho do seu CFP® no entendimento da situação atual e desejada. Lembre-se que o objetivo é melhorar sua vida financeira. Muitos casos os clientes já possuem um excelente patrimônio e o nosso trabalho é auxiliá-los a melhorar ainda mais sua situação, em outros ajudamos a priorizar e cumprir seus compromissos financeiros.

Etapa 3 – Nosso terceiro passo é, em posse das informações coletadas, voltar para a prancheta e analisar sua situação financeira. Seu profissional CFP® deve avaliar sua situação atual e determinar quais medidas devem ser tomadas para atingir as suas metas. 

O que mais me encanto no trabalho que ofereço aos meus clientes é poder de fato realizar uma avaliação global de suas necessidades financeiras. Análise de ativos, passivos, fluxo de caixa atual e fluxo de caixa futuro, coberturas de seguros, sucessão, planejamento para a independência financeira e é claro, estratégias fiscais e alocações de investimentos tanto no Brasil como internacional.

Ainda hoje, mesmo clientes de nível private, relatam que faltam profissionais com essa visão e a maioria nunca havia tido esse nível de serviço.

Etapa 4 – O quarto passo é desenvolver e recomendar a estratégia financeira personalizada. Agora que as metas e os recursos foram definidos e analisados, você terá uma visão mais clara de como o seu plano o levará a atingir as metas desejadas. 

Talvez você precise aumentar sua taxa de poupança mensal, controlar melhor seu fluxo de caixa ou ajustar sua alocação de ativos para estar de acordo com o seu perfil. Seja qual for o plano de ação que você e seu CFP® definirem, é fundamental para nós profissionais educarmos nossos clientes sobre as estratégias que são necessárias para ter sucesso. Você precisará entender completamente o seu plano e tomar as decisões necessárias. Nosso trabalho é orientar e fornecer as informações e os recursos necessários para facilitar suas decisões, porém cabe a você fazer sua parte para podermos colocá-las em prática.

Etapa 5 – Quinto é a implementação da estratégia. Essa parceria entre você e seu profissional CFP® permitirá que você tenha a maior tranquilidade financeira e a melhor vida possível. A escolha detalhada de cada produto financeiro disponível no momento é uma das atividades dessa etapa. Outra atividade importante é o seu comprometimento com a disciplina com novos aportes se fizer parte da estratégia.

Etapa 6 – Por fim, a última etapa é monitorar o plano. Assim como todo planejamento, uma estratégia financeira evolui ao longo do tempo. Com certeza a sua mudará de acordo com os eventos da sua vida. Uma vez que a estratégia inicial é criada e implementada, ele deve ser acompanhada com a periodicidade combinada. Eventos como casamentos, divórcios, mudanças de carreira, filhos, mudanças na legislação tributária, inflação, flutuações do mercado de ações, recessões e tatos outros, exigem novas atuações sempre com o objetivo de manter sua jornada alinhada com os seus objetivos.

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O que a neurociência tem a ver com os meus investimentos?

Sabia que é possível aplicar a neurociência às suas finanças? Vamos fazer um teste rápido, seu eu falar a palavra BANCO, o que vem 1o na sua cabeça?

Provavelmente você pensou numa instituição financeira, Bradesco, Itaú, Inter, Santander. A maioria pensou assim por saber que trabalho no mercado financeiro. Provavelmente, se estivéssemos numa loja de móveis você pensaria em outro tipo de banco.

Consigo prever com boa chances de acertar o que você iria pensar pois conheço como o cérebro funciona. Estudo muito sobre neurociência. Como sabe que o meu propósito é te ajudar a alcançar sua liberdade financeira, conquistar seus sonhos, para isso preciso conhecer, não só a respeito do mercado financeiro, mas também da psicologia financeira. Para chegarmos nesses objetivos, precisamos tomar melhores decisões. Isso é importante para a vida e para as finanças. 

Existe um conceito em neurociência, finanças comportamentais, chamado de heurísticasHeurísticas são atalhos mentais, estratégias práticas que diminuem o tempo de tomada de decisões. Uma evolução que nos fez chegar até aqui! Esses atalhos funcionam como regras para decisões rápidas e são muito úteis para economizar energia.

O problema é que podem nos levar a tendências inconscientes. Decisões tendenciosas, enviesadas. O VIÉS que fez você pensar numa instituição financeira quando falei a palavra BANCO é o da disponibilidade.

Existem inúmeras pesquisas comportamentais, testes e exemplos dos vieses em ação. Um que estamos muito familiarizados é o quando decidimos comprar um carro novo e ao escolher o modelo, de repente, começamos a ver esse carro por todos os lados. Já sentiu isso?

Aliás, eu dar esse exemplo também é o viés da disponibilidade em ação. Esse exemplo é sempre dado e estava disponível facilmente para mim enquanto eu buscava um exemplo. Entendeu?

No nosso mundo das finanças o viés da disponibilidade está muito presente nas decisões de investimentos. Por exemplo, em ações acontece com bastante frequência a seguinte situação:

Mercado em alta, ações subindo, jornais, noticiários, conversas, em todos os lugares aparecem a informação do papel que valorizou x%, do recorde alcançado na cotação da empresa y na bolsa. Ou seja, informações muito disponíveis e pessoas querem “aproveitar as oportunidades”.

Geralmente sem pensar muito, motivadas pelas noticias, entram, comprar já atrasadas e o movimento começa a inverter. Assustam e saem, vendem na baixa. Não pensaram em estratégia, apenas decidiram rápido.

Nunca viu ninguém fazer isso? Talvez até mesmo você já foi vítima disso. Qual solução prática para não cair mais em decisões pouco conscientes e tendenciosas nos seus investimentos?

1 – lembrar que esse mecanismo existe pra gente sobreviver. Já teríamos sido extintos se todas as decisões que temos que tomar todos os dias dependessem do nosso raciocínio e análise.

2 – sabendo disso, que esse mecanismo está sempre em ação, parar, pensar, pedir ajuda de um especialista se precisar e criar uma estratégia de longo prazo. Estabelecer premissas que te blindem desse tipo de comportamento.

Perigo da suposição da independência financeira 4


Esperar receber uma herança

Infelizmente crescemos mas ainda sofremos das mesmas fantasias de quando éramos crianças. Facilmente nos seduzimos por contos de fadas, Hollywood adora mostrar estórias de pessoas que recebem heranças inesperadas. 

Isso fica evidente como mostra a pesquisa da Natixis, mostrando que 70% dos millennials que responderam a pesquisa disseram que esperavam receber uma herança, sendo que apenas 40% de seus pais planejavam deixar uma. 

Uma pesquisa da Schwab identificou uma desconexão semelhante nas expectativas dos herdeiros em relação à realidade. O aumento da longevidade, combinado com as necessidades de cuidados de longo prazo e os custos crescentes desse tipo de serviço, significa que mesmo quando os pais pretendem que seus filhos herdem seu patrimônio, eles podem não conseguir.

Pela minha experiência no mercado de assessoria de investimentos e educação financeira, adultos que esperam uma herança que não se materializa, são muito inclinados a gastar demais e economizar menos durante seus anos de pico de renda. E quando seus pais falecerem e não lhes passarem suas fortunas — ou lhes deixarem muito menos do que esperavam — pode ser tarde demais para compensar esse tempo perdido.

Mentalidade correta: nunca dependa de uma herança! Assuma sempre a responsabilidade do seu futuro.

Se algum cliente estiver levando em consideração uma possível herança em seu plano de aposentadoria, é aconselhável começar a abordar esse assunto o mais rápido possível. Tema delicado que pode gerar bastante frustração e as pessoas tendem a ficar na defensiva. O alinhamento de expectativas é a melhor forma de cultivar um relacionamento de longo prazo com nossos clientes. Muitas vezes, conversas desagradáveis como essa são necessárias. Gosto muito da estratégia de criação de cenários e estudar os impactos práticos de cada um e como melhor nos posicionar.

Perigo da suposição da independência financeira 3

É fácil trabalhar depois dos 65 anos.

Talvez você nunca tenha parado para fazer a conta, mas você vai concordar comigo. Os benefícios financeiros de trabalhar por mais tempo são inquestionáveis. Certo? 

Contribuições mensais com consistência na conta de investimentos, postergar retiradas da carteira e quem sabe, ainda contar com um trocado do INSS para alguns, todos esses pontos podem aumentar bastante a perenidade de uma carteira de investimentos para a aposentadoria dos nossos clientes. 

Com isso em mente, somado o aumento da longevidade, a mudanças nas regras de pensão e o fato de que a incerteza financeira no país afetou os investimentos de muitos pré-aposentados, não é surpresa que muitos idosos estejam adiando seus planos de aposentadoria. Pelo menos aqueles que conseguem. 

Enquanto 53% dos indivíduos ouvidos na Pesquisa da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida – FENAPREVI disseram que gostariam de parar de trabalhar aos 60 anos de idade, apenas 28% disseram que acreditam que irão conseguir se aposentar nessa idade. E o mais importante, 17% não pretendem parar de trabalhar.

No entanto, parece haver uma desconexão entre os planos de quem ainda não chegou nessa fase e demonstram a vontade de adiar a aposentadoria com a realidade se eles realmente o fazem. Tanto no sentido de conseguir se manter empregado com idades mais avançadas quanto não ser afastado por motivos de saúde.

Mentalidade correta: esteja pronto para recorrer a outras medidas, como aumentar seu percentual de investimentos mensais.

Embora trabalhar por mais tempo possa trazer um benefício triplo para o plano de aposentadoria – dos nossos clientes, conforme falamos acima – é um grave erro supor que é fácil de fazê-lo. 

Se fizemos as contas e os números mostram que o cliente fica abaixo dos valores que busca, nós podemos ajudar a planejar alguns cenários como aumentar seus rendimentos, cortar custos e buscar outras medidas para aumentar seu percentual de investimentos (taxa de poupança) mensal. 

No último caso, damos uma emagrecida nas projeções de renda após os 65 anos, pois talvez o cliente não seja capaz – ou possa optar – de ganhar uma renda tão alta em seus últimos anos quanto era capaz em suas melhores fases.

Perigo da suposição da independência financeira 2

A inflação será leve.

Vemos atualmente no Brasil e no mundo uma inflação alta e – até o momento que escrevo esse artigo – descontrolada. Nos últimos 3 anos por aqui e na maior parte das últimas duas décadas no mundo, a inflação não foi um problema, com o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA no Brasil e CPI nos EUA) sob controle. 

Mesmo com o nosso histórico inflacionário, é comum ver os nossos clientes ignorando a inflação em suas projeções ou pelo menos minimizando ao prever os gastos com aposentadoria. Estamos acostumados a ouvir pessoas apenas se referindo as taxas nominais de seus investimentos e nunca falando em termos de juros real, aquele que fica no seu bolso após descontar o que foi queimado pela inflação.

Com o cenário atual, no entanto, nos deparamos com o perigo de supor que os preços ao consumidor permaneceriam estáveis, já que a leitura mais recente de inflação no Brasil e principalmente no mundo, mostrou um aumento de 8,5% no ano encerrado em julho de 2022 (EUA).

Por que isso é ruim? Pois se a inflação permanecer alta, os aposentados precisarão retirar mais dos seus investimentos do que esperavam, apenas para manter seus padrões de vida atuais.

Mentalidade correta: Adote números de inflação (projeções) de longo prazo mais pessimistas para planejar e considere usar hedges (proteções) de inflação em sua carteira de aposentadoria.

Em vez de assumir que a inflação permanecerá controlada e baixa nos anos que antecedem e durante a aposentadoria dos nossos clientes, os assessores de investimentos devem usar números de inflação mais pessimistas para ajudar a orientar suas decisões de planejamento.

Embora pareça ruim e irracional ser pessimista e supor que os números de inflação atualmente vistos persistirão para sempre, talvez se adotar entre 3% a 5% possa ser um ponto de partida razoável. 

O ideal seria personalizar as previsões de inflação com base nos hábitos de consumo reais de nossos clientes. Por exemplo, os custos com saúde geralmente representam uma fatia maior dos gastos de muitos aposentados do que para a população em geral, enquanto os gastos com moradia podem ser um item com menor peso no gasto total dos aposentados, especialmente se o perfil de clientes que cuida possuam casa própria.

A possibilidade de que a inflação possa subir mais durante sua aposentadoria do que entre 2000 e 2020 também defende a adoção de proteções (hedges) de inflação em sua carteira de investimentos focada na aposentadoria. Isso pode ajudar a preservar o poder de compra do seu cliente. 

Existem diversas estratégias para fazer esse tipo de alocação. Lembre-se que sempre depende do perfil do nosso cliente. Podemos adotar tanto estratégias usando investimentos em renda fixa quanto algumas opções em renda variável. Cuidado apenas em suas projeções e otimismo com o futuro ao manter muitos investimentos com taxa pré-fixada, cujo potencial de retorno pode ser negativo quando a inflação é descontada.

Perigo da suposição da independência financeira 1

Os retornos do mercado de ações e renda fixa serão expressivos.

A maioria dos planejadores financeiros, quando estão buscando planejar para aposentadoria, pedem que você estime o que seu portfólio trará de retorno durante a fase de acumulação. Na minha experiência, a maioria das pessoas tende a ser muito otimista e estimar retornos agressivos. Geralmente, isso é apenas uma forma de evitar escolhas difíceis, como retardar a aposentadoria ou pior, ter que gastar menos.

Um dos motivos de buscar abrir a cabeça dos meus clientes para o mercado internacional é que a bolsa americana é mais consistente. Por lá, os ganhos de longo prazo com ações tem sido bastante generosos e em dólar. O S&P 500 – um dos principais índices do mercado de ações mundial – gerou retornos anualizados de mais de 10% nos últimos 100 anos – de 1926 até o final de 2021.

Por aqui não temos uma bolsa tão longeva, mas se pegarmos os ganhos desde 1994 a partir do Plano Real, o IBOVESPA rendeu em média 13% ao ano. Muito bom! Porém, nesse mesmo período nossa moeda perdeu 81% do seu valor. Além de nossa inflação ter comido boa parte desse retorno com alta de quase 9% a.a., ou seja, um ganho real de aproximadamente 4% acima da inflação para arredondar.

Mas houve certos períodos nesses últimos 28 anos que os retornos foram muito menores do que isso. Uma pessoa tendo que parar de trabalhar e viver de suas economias teria sofrido dependendo do momento da necessidade de liquidar seus investimentos. Por outro lado, a renda fixa que sempre foi o porto seguro de todo brasileiro, já não é mais garantia de bons retornos no longo prazo. Hoje voltamos a viver taxas expressivas com CDI pagando 13,5% a.a. Mas não precisamos ir muito longe em nossas memórias para recordar que tivemos CDI em níveis de país desenvolvido apenas 2 anos atrás em ínfimos 2,77% no acumulado de 2020.

Mentalidade correta: Seja menos otimista nas suas projeções de retorno dos investimentos e considere ajustar para baixo seus gastos futuros.

Todos esses números mostrados servem de alerta para sermos mais prudentes e pensar em reduzir um pouco nossas projeções de retorno dos investimentos por conservadorismo. Principalmente se você tem por volta de 10 anos pela frente até sua aposentadoria. 

Em nossa experiência e pelo perfil de clientes que cuidamos, buscamos trabalhar com retorno médio anual entre 3% e 4% acima da inflação. Reforçando as premissas de controle de riscos, preservação da riqueza e mentalidade de seguir o planejamento de longo prazo.