TIPS boa proteção contra inflação americana

TIPS podem ser uma boa proteção contra a inflação americana, mas você sabe que está exposto a outros riscos?

TIPS – Títulos Protegidos contra a Inflação do Tesouro Americano – são um dos melhores hedges contra a inflação.

Os Títulos Protegidos da Inflação são muitas vezes vistos como investimentos relativamente seguros. Como instrumentos do Tesouro, sua qualidade de crédito é garantida e muitas vezes atraem investidores mais conservadores que buscam proteção contra o risco de inflação.

Porém, em mercados voláteis como deste ano, vemos que as TIPS estão sujeitas a outros tipos de riscos e podem ser especialmente vulneráveis durante períodos de aumento das taxas de juros.

Como funciona o TIPS

TIPS foram lançados originalmente em janeiro de 1997 e atualmente possuem prazos de vencimentos de 5, 10 e 30 anos. Ao contrário de outros títulos, que geram retornos em termos nominais, os TIPS são projetados para ser um hedge direto contra a inflação. Seu valor de face é feito para subir ou cair de acordo com o CPI – Índice de Preços ao Consumidor. Se o CPI aumenta, seu valor de face aumenta. Se o CPI diminuir, o valor diminuirá.

Embora os TIPS tenham cupons semestrais fixados no momento da compra, seus pagamentos de juros serão ajustados com base nas mudanças no valor do principal. Em outras palavras, se o valor do principal ajustado pela inflação aumentar, o pagamento de juros será ajustado para refletir o valor do principal mais alto. Olha que interessante, os TIPS também podem te proteger contra a deflação; os investidores segurando os TIPS até o vencimento receberão o valor principal ajustado ou o valor principal original, o que for maior.

Peculiaridades do funcionamento do TIPS

Embora a mecânica seja bastante direta, os TIPS podem estar sujeitos a algumas peculiaridades. Por um lado, eles normalmente rendem menos do que títulos do Tesouro americano com vencimento semelhantes. Faz sentido, certo? Os investidores têm que abrir mão de algum rendimento em troca da proteção contra a inflação. Em alguns períodos como 2021, seus rendimentos foram até mesmo negativos.

Além disso, os retornos do TIPS não acompanham a inflação perfeitamente. Isso porque os retornos dependem em parte das expectativas de inflação incorporadas ao preço do título no momento da compra e de quão bem elas correspondem à forma como a inflação realmente se desenrola. 

O TIPS, assim como sua prima a NTN-B aqui no Brasil, também pode ser altamente sensível a mudanças nas taxas de juros. Assim como outros títulos, seu valor de principal diminui durante períodos de aumento das taxas de juros, e isso pode ou não ser compensado por ajustes para inflação mais alta ao mesmo tempo. O risco de taxa de juros pode ser particularmente elevado para TIPS porque historicamente a emissão tem sido mais orientada para títulos de longo prazo. 

Nós aqui no Brasil não notamos, por enquanto, esses impactos na nossa NTN-B pois a maioria ainda não é marcada a mercado. Isso mudará em janeiro de 2023. Como Warren Buffet diz: “Só quando a maré baixa você descobre quem estava nadando pelado”,  e podemos esperar que essa mudança vai gerar bastante stress entre os investidores não tão bem orientados por aqui. 

Por lá, os americanos estão acostumados pois seus investimentos em renda fixa, são todos marcados a mercado. Mesmo assim, esses retornos negativos, podem ser um choque para os investidores que esperavam que o TIPS fosse uma proteção direta contra a inflação. 

Ou seja, o TIPS pode realmente ser mais sensível às mudanças nas taxas de juros do que às mudanças na inflação. Em outras palavras, os investidores do TIPS, muitas vezes ignoram o risco da taxa de juros sem serem orientados para isso. Assim como acontece com muita gente aqui no mercado brasileiro com as NTNs.

Conclusão

Se estamos olhando do ponto de vista do seu portfólio de investimentos offshore, e o objetivo é se proteger contra o risco de inflação em um período de tempo específico, nesse caso podemos usar TIPS.

Mas para a maioria dos investidores brasileiros, é mais fácil pensarmos em se proteger contra o risco de inflação americana comprando TIPS por meio de um ETF, como por exemplo VTAPX (Vanguard Short-Term Inflation-Protected Securities). 

No mercado americano também encontramos outros instrumentos interessantes nesse sentido como o ETF RINF (ProShares Inflation Expectations ETF). Este ETF busca ser uma maneira dos investidores protegerem suas carteiras de investimentos dos impactos adversos associados a um aumento na inflação. Podemos usar o RINF de várias maneiras, pode ser uma alocação em carteiras de longo prazo, ou como uma alocação mais tática quando as expectativas de inflação aumentam, como vemos atualmente.

Quero deixar claro que meu interesse é educacional. Busco desenvolver a mentalidade do brasileiro a respeito de finanças, principalmente no mercado offshore. Nenhum artigo que escreve tem a finalidade de fazer recomendações de investimentos e tampouco vendas de produtos. Importante educarmos principalmente nossos assessores de investimentos para que possam orientar da melhor forma seus clientes e desenvolvermos com isso a consciência financeira das pessoas que trabalham bastante para conquistar seus sonhos.

Acabou o jogo para o Fed – espere um “puxão de tapete” monetário em breve… parte 3

Se você chegou aqui e não leu a parte 1 e a parte 2, corre lá e volta aqui quando acabar…

Ou seja, o Fed tem
um problema sério desta vez

O montante da dívida federal é tão extremo que mesmo um
retorno das taxas de juros à sua média histórica significaria pagar uma despesa
de juros que consumiria mais da metade da receita tributária. As despesas com
juros eclipsariam os gastos com a Previdência Social e defesa e se tornariam o
maior item do orçamento federal.

Além disso, com os aumentos de preços para as máximas de 40
anos, um retorno à taxa de juros média histórica não será suficiente para
controlar a inflação – nem perto disso. É necessário um aumento drástico nas
taxas de juros – talvez 10% ou mais. Se isso acontecesse, significaria que o
governo dos EUA está pagando mais pelas despesas com juros do que arrecada com
os impostos.

Em suma, o Federal Reserve está ferrado.

Aumentar as taxas de juros o suficiente para reduzir a
inflação levaria o governo dos EUA à falência.

Podemos ver essa dinâmica no gráfico abaixo da dívida federal e da taxa de títulos federais, a principal taxa de juros de referência do Federal Reserve. Quanto maior a dívida federal, mais difícil e doloroso se torna aumentar as taxas de juros.

Em suma, o governo dos EUA está se aproximando rapidamente
do fim do jogo financeiro. Ele precisa aumentar as taxas de juros para combater
a inflação descontrolada… mas não pode porque causaria sua falência.

Em outras palavras, acabou o jogo.

Eles não têm escolha a não ser “reiniciar” o sistema – é
isso que os governos fazem quando estão presos.

Pense assim.

Imagine uma criança mimada jogando um jogo de tabuleiro e, em vez de admitir que está perdendo, ela vira o tabuleiro. Isto é o que os governos farão agora que estão financeiramente em xeque-mate. Eles não podem vencer, mesmo em seu próprio jogo manipulado, e agora ficam com a opção de perder a partida ou virar o tabuleiro. Como o poder não se abandona voluntariamente, devemos presumir que eles optarão por virar a mesa.

Aqui está o resumo.

O atual sistema monetário está em vias de extinção. Até os banqueiros centrais que administram o sistema podem ver isso. Então eles estão se preparando para o que vem a seguir enquanto tentam “reinicializar” o sistema.

Eu suspeito que tudo pode acabar em breve… e não vai ser
bonito.

Isso resultará em uma enorme transferência de riqueza de
você para a classe parasita – políticos, banqueiros centrais e aqueles ligados
a eles.

Isso resultará em uma enorme transferência de riqueza de você para a classe parasita – políticos, banqueiros centrais e aqueles ligados a eles.

Texto original https://internationalman.com/articles/its-game-over-for-the-fed-expect-a-monetary-rug-pull-soon/
by Nick Giambruno

Acabou o jogo para o Fed – espere um “puxão de tapete” monetário em breve… parte 2

Os gastos deficitários e a dívida do governo americano são os fatores mais significativos que impulsionam essa impressão de dinheiro, resultando em aumentos drásticos de preços.

O governo dos EUA tem a maior dívida da história do mundo. E continua crescendo num ritmo rápido.

Demorou até 1981 para o governo dos EUA acumular seu primeiro trilhão de dívidas. Depois disso, o segundo trilhão levou apenas quatro anos. Os próximos trilhões vieram em intervalos cada vez mais curtos.

Hoje, a dívida federal dos EUA tornou-se estratosférica e está bem acima dos US$ 30 trilhões.

Lembra da comparação de quanto tempo levaria feita na 1ª parte?

Então, se você ganhasse U$ 1 por segundo, levaria mais de 966.484 ANOS para pagar a dívida federal dos EUA. Exatamente isso, quase 1 milhão de anos!!!

E isso com a suposição irreal de que essa divida pararia de crescer.

A verdade é que a dívida continuará se acumulando, a menos que o Congresso tome algumas decisões politicamente improváveis e cortar gastos. Mas não espere que isso aconteça. Na verdade, eles estão correndo na direção oposta agora que normalizaram déficits de vários trilhões de dólares.

Abaixo está um gráfico das projeções de déficit do Escritório de Orçamento do Congresso para a próxima década. Essas estimativas quase certamente serão muito cor-de-rosa, como muitas vezes são.

Mesmo pelas projeções otimistas do CBO, o governo dos EUA terá um déficit acumulado de mais de US$ 15 trilhões nos próximos dez anos.

Então, quem vai financiar esses déficits? A única entidade capaz são as impressoras de dinheiro do Fed.

Permita-me simplificá-lo em três etapas.

Passo #1: O Congresso gasta trilhões a mais do que o governo federal arrecada com impostos.

Passo #2: O Tesouro emite dívida para cobrir a diferença.

Passo #3: O Federal Reserve cria moeda do nada para comprar a dívida.

Em suma, esse processo traiçoeiro nada mais é do que uma falsificação legalizada. É tributação sem consentimento via desvalorização da moeda e é a verdadeira fonte da inflação. A grande mídia e os economistas realizam uma incrível ginástica mental para esconder e justificar essa fraude.

É assim que os gastos do governo, os déficits e a dívida federal afetam a inflação.

Desde que a pessoa comum não perceba os preços crescentes, o sistema funciona bem. No entanto, uma vez que os aumentos de preços se tornam dolorosos o suficiente, isso cria pressão política para o Fed combater a inflação aumentando as taxas de juros.

Texto traduzido do original https://internationalman.com/articles/its-game-over-for-the-fed-expect-a-monetary-rug-pull-soon/
by Nick Giambruno

Acabou o jogo para o Fed – espere um “puxão de tapete” monetário em breve… parte 1

Li um artigo que considerei muito interessante, e como tenho costume, traduzi para que os meus clientes que não lêem em inglês possam ler e tirar suas próprias conclusões. Segue abaixo a parte 1 de 3.

A gente ouve sempre na mídia, de políticos e analistas financeiros casualmente falar a palavra “trilhões” sem de fato entender o que isso significa.

Um trilhão é um número enorme, quase imensurável.

O cérebro humano tem dificuldade em entender algo tão grande. Então vamos tentar colocar isso em perspectiva.

Se você ganhasse U$ 1 por segundo, levaria 11 dias para ganhar um milhão de dólares.

Se você ganhasse US$ 1 por segundo, levaria 31 anos e meio para ganhar um bilhão de dólares.

E se você ganhasse US$ 1 por segundo, levaria 31.688 anos para ganhar um trilhão de dólares.

Então um trilhão é grande nessa magnitude.

Quando os políticos descuidadamente gastam e imprimem dinheiro medido em trilhões, significa então que estmaos em território perigoso.

E é exatamente isso que o Federal Reserve (banco central americano) e o sistema bancário central permitiram ao governo dos EUA fazer.

Desde o início do Covid até hoje, o FED imprimiu mais dinheiro do que em toda a existência dos EUA. É isso mesmo!!!

Entenda o tamanho disso. Desde a fundação dos EUA, foram necessários mais de 227 anos para imprimir seus primeiros US$ 6 trilhões. Mas em questão de meses, o governo dos EUA imprimiu mais de US$ 6 trilhões.

Durante esse período, a oferta monetária dos EUA aumentou 41%.

Em suma, as ações do Fed representaram a maior explosão monetária que já ocorreu nos EUA.

Inicialmente, o Fed e seus apologistas na mídia garantiram ao povo americano que suas ações não causariam aumentos severos de preços. Mas, infelizmente, não demorou muito para provar que essa afirmação absurda era falsa.

Assim que o aumento dos preços se tornou visível, a grande mídia e o Fed alegaram que a inflação era apenas “transitória” e que não havia nada com que se preocupar. Então, quando a inflação obviamente não era “transitória”, eles nos disseram que “a inflação era realmente uma coisa boa”.

Claro, eles estavam completamente errados e sabiam disso – eles estavam apenas gaslighting (manipulação).

A verdade é que a inflação está fora de controle, e nada pode pará-la.

Mesmo de acordo com as estatísticas tortuosas do CPI (índice de inflação americano) do governo – que subestimam a realidade – a inflação está ultrapassando os máximos dos últimos 40 anos. Isso significa que a situação real é muito pior.

Texto traduzido do original https://internationalman.com/articles/its-game-over-for-the-fed-expect-a-monetary-rug-pull-soon/
by Nick Giambruno