Como auto indulgência pode afetar seu sucesso financeiro

Esse é um tema muito importante e é fundamental educarmos nossos clientes nesse sentido. Mas antes de tudo…

Você sabe o que é auto indulgência? 

Geralmente é quem tem a mania de desculpar os próprios erros e defeitos e busca cobrir isso com pequenos presentinhos. O problema é que esse hábito começa pequeno e vai crescendo.

 

Sejamos honestos! Isso ferra a saúde financeira (conta bancária). Ferra a saúde física. Atrapalha a saúde mental e emocional. Ou seja, atrapalha o futuro dos nossos clientes. Concorda?

 

Esse comportamento tem explicação na neurociência. O sistema límbico do cérebro é responsável por lidar com as nossas emoções. O stress aciona mecanismos de defesa e quer nos “proteger” e evitar dor, frustrações e desgastes. Ou seja, o cérebro vai buscar te “tirar dessas situações”.

 

Mas Giuliano, o que isso tem a ver com finanças?

Entender esse funcionamento pela neurociência é fundamental na criação de um mindset de sucesso financeiro. Ajudar nossos clientes a desenvolver e fortalecer suas mentalidades e a melhorar as suas tomadas de decisões.

 

Lembra dos 5 pilares da riqueza?

Como você também deve ter experiência nesse sentido, deve concordar comigo que muitas médicas/médicos, dentistas, acabam vivendo sob bastante stress e escolhem alguns presentes, tem muitos gastos que não precisavam. São ótimos para criar riqueza, mas acabam tendo sérias dificuldades em manter a riqueza que criam.

 

A maioria trabalha muito, tem uma vida confortável, vivem bem, mas tem stress em relação ao futuro muitas vezes por falta de um planejamento financeiro de longo prazo. Acabam tendo medo, ansiedade em relação ao futuro. Seus ganhos dependem exclusivamente do seu próprio trabalho e da sua saúde.

 

Criar riqueza e não manter é um grande risco. Se acontece algo e a fonte seca, gera uma crise financeira que poderia ser facilmente evitada.

 

Claro que existem muitos profissionais da saúde que tem uma boa organização financeira. Se protegem desses riscos com um orçamento, já possuem seguros pessoais e também estão sendo bem orientados com seus investimentos.

 

Eis os 5 pontos para ajudarmos a desenvolver a mentalidade financeira vencedora junto com nossos clientes:

 

  1. Descobrir/Criar seus objetivos
  2. Definir sua estratégia financeira
  3. Parar de se comparar
  4. Se livrar da auto-indulgência
  5. Curtir o processo

 

Se imaginarmos uma mesa, o objetivo seria como a tampa da mesa e os outros 4 pontos são como as pernas que sustentam a mesa (objetivos) em pé.

 

A neurociência mostra que é de fundamental importância no desenvolvimento da mentalidade vencedora – seja nas finanças, na carreira, nos esportes – associar o prazer ao processo e não ao prêmio.

 

O feedback que recebo é sempre muito positivo. Reservas aumentando, sensação que estão caminhando em direção da liberdade financeira, a tranquilidade que experimentam ao sentir que está tudo se encaixando e o plano está funcionando.

 

Isso significa que tenho que economizar tudo, não posso mais comprar um presentinho pra mim ou para quem eu amo? Com certeza não! Equilíbrio sempre! O meu lema: Viva como se fosse o último dia e comporte-se como se fosse viver pra sempre!!!

 

Se fez sentido pra você fique a vontade para compartilhar com outros profissionais que também se interessem pela importância de desenvolver a educação e mentalidade financeira de seus clientes.

O que é o fluxo de caixa descontado

O que é?

O cálculo de Fluxo de Caixa Descontado (FCD) – discounted cash flow em Inglês – é um modelo muito utilizado em várias análises financeiras. Em geral, um analista busca usar esse modelo financeiro para compreender a capacidade de uma empresa gerar lucro nos próximos anos. Buscamos com isso estimar o valuation (valor) de uma companhia.

Por que?

É dessa forma que são feitas algumas das análises de viabilidade, antes de tomar a decisão de alocação por parte dos investidores, na hora de comprar cotas ou ações de um ativo. O modelo de FCD usa como base os fluxos de caixa futuros e os desconta pelo custo de capital apropriado. O objetivo é entender o risco de alocar o capital nessa companhia em relação as outras oportunidades que existem no mercado.

O FCD usa o conceito do valor do dinheiro no tempo (TMV ou time value of money). Basicamente, trata-se da ideia de que R$ 1 hoje vale mais do que R$ 1 amanhã. Desse modo, o fluxo de caixa descontado busca determinar o valor de uma empresa hoje com base em projeções financeiras do quão lucrativa será no futuro. 

Ou seja, o FCD ajuda a responder a seguinte pergunta:

“Quanto dinheiro vou ganhar com este investimento ao longo de um período de tempo e como isso se compara ao valor que eu poderia ganhar com outros investimentos?”

Vale salientar o motivo de usar tantas vezes o termo “busca” pois de fato são estimativas futuras.

Como?

O fluxo de caixa descontado é calculado levando em conta 4 etapas na modelagem financeira: a estimativa do fluxo de caixa, a taxa de desconto, o cálculo do valor residual e o cálculo do valor da empresa.

1) Estimativa de fluxo de caixa

A estimativa de fluxo de caixa é literalmente mensurar tudo que entra e tudo que sai do caixa da empresa considerando um determinado período de tempo.

2) Taxa de desconto

A taxa de desconto trata-se do custo do capital e riscos que a empresa enfrenta. Leva em conta os custos de oportunidade e o custo médio ponderado de capital.

3) Valor residual

O valor residual da empresa é o valor estimado de um ativo ao final de sua vida útil.

4) Fluxo de caixa descontado

A fórmula é a seguinte: FCD = projeção de faturamento no período / (1 + taxa de desconto) elevado ao número do período

Exemplo:

Vamos considerar o seguinte faturamento projetado para uma companhia nos próximos 4 anos:

  • ano 1: R$ 20.000,00;
  • ano 2: R$ 30.000,00;
  • ano 3: R$ 40.000,00;
  • ano 4: R$ 50.000,00.

Definir a taxa de desconto. Geralmente usamos a WACC que leva em conta o custo do capital próprio, custo do capital de terceiros e imposto sobre lucro.

Para simplificar, vamos usar a taxa anual de 11%.

O próximo passo é usar a fórmula e descontar os fluxos:

  • ano 1: 20/(1,11) = R$ 18.000,00;
  • ano 2: 30/(1,11)^2 = R$ 24.000,00;
  • ano 3: 40/(1,11)^3 = R$ 29.000,00;
  • ano 4: 50/(1,11)^4 = R$ 32.000,00.

Com isso, chegamos aos valores de fluxo de caixa projetados para os próximos 4 anos. Agora, basta somar esses valores para finalmente chegar ao fluxo de caixa descontado.

FCD: 18 + 24 + 29 + 32 = R$ 103.000,00

Quando?

O fluxo de caixa descontado é um modelo de análise financeira e como todo método possui vantagens e desvantagens.

Vantagens

– uma estimativa de valor mais aproximada possível de um negócio;

– sofre poucas influências de fatores não econômicos ou demais fatores de mercado.

Desvantagens

– por ser uma análise baseada em expectativas, o resultado pode não ser o mais preciso possível;

– bastante sensível às mudanças do planejamento financeiro. 

Dia da jornada no mundo Offshore 20.09.2022

Destaques do último pregão:

As ações fecharam em alta na segunda-feira em um pregão volátil antes da reunião de política de dois dias do Federal Reserve, prevista para começar hoje. 

Dow Jones 🟢 0,64%

S&P 500 🟢 0,69%

Nasdaq 🟢 0,76% 

As ações oscilaram entre ganhos e perdas ao longo do pregão. Nas baixas da sessão, o S&P 500 e o Nasdaq chegaram a cair mais de 0,9% cada. 

Após uma breve esperança de que o Fed possa terminar com sua campanha agressiva de aperto, os investidores estão vendendo as ações novamente com medo de que o banco central vá longe demais e leve a economia a uma recessão. Os investidores estão de olho na reunião de política do Fed prevista para começar hoje, onde o banco central deve aumentar as taxas de juros em mais 75 pontos-base. Os investidores também estão atentos às orientações sobre os lucros corporativos antes do início da próxima temporada de relatórios, em outubro. 

Nove dos 11 setores do S&P 500 terminaram o dia positivos, liderados por materiais, bens de consumo discricionários e industriais. As empresas financeiras também subiram, já que alguns investidores apostaram que taxas mais altas poderiam beneficiar seus resultados. Os cuidados de saúde ficaram para trás, caindo após comentários do presidente Joe Biden indicarem que a pandemia acabou. 

 

*fonte: investing.com 

 que você precisa saber hoje?

Os mercados futuros caem nesta terça-feira, com Wall Street procurando uma recuperação modesta antes de outro aumento de taxa do Federal Reserve. O Comitê Federal de Mercados Abertos inicia hoje sua reunião de setembro, e o banco central deve anunciar um aumento de 0,75 ponto percentual na taxa de juros na quarta-feira. 

As ações caíram nas últimas semanas, com comentários do presidente do Fed, Jerome Powell, e um relatório inesperadamente alto do índice de preços ao consumidor de agosto, fazendo com que os traders se preparassem para taxas ainda mais altas até que a inflação esfrie. Na frente econômica, os investidores terão uma nova visão do mercado imobiliário na manhã de terça-feira com os relatórios de agosto para o início da construção e as licenças de construção. 


*fonte cnbc.com


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Se o seu cliente não for o Rei é melhor se preocupar com isso

Após a morte da Rainha Elizabeth II, o agora Rei Charles, não precisará pagar nenhum imposto sucessório sobre o Ducado de Lancaster. Uma das propriedades que herdou da rainha Elizabeth II e principal fonte de renda da monarquia.

O desconto se deve a uma regra que permite a transferência de ativos de um membro da realeza para outro, informou o site Business Insider. O novo rei está deixando de pagar um imposto de herança no valor de mais de US$ 750 milhões. O motivo é uma nova regra introduzida pelo governo do Reino Unido em 1993, com o objetivo de evitar que os bens da família real sejam extintos.

A cláusula diz que, para ajudar a proteger seus ativos, os membros da família real não precisam pagar a taxa de 40% sobre propriedades, privilégio que os outros residentes do Reino Unido não têm.

Aqui no Brasil o imposto de sucessão é bem menor, o ITCMD é um imposto estadual e varia entre 1% até 8%. Cada estado tem suas regras e obviamente essas alíquotas tem subido com os mesmos buscando aumentar suas arrecadações.

Apesar de muito inferior em comparação aos 40% do Reino Unido, eu fico surpreso que até hoje muitos clientes não sabem desses custos e por esse motivo não se preparam financeiramente para essa situação. Falta de planejamento financeiro custa caro para o brasileiro como já falamos.  

Nós como profissionais precisamos abordar o tema, mesmo que a maioria de nós brasileiros evitemos o assunto de sucessão, somos todos mortais, com certeza morreremos um dia e nenhum de nós é privilegiado pelas isenções que beneficiam a realeza britânica, concorda?

Se bem planejado, o imposto de sucessão não afetará a família do seu cliente após a sua partida e tampouco afetará seu fluxo financeiro. Por outro lado, já presenciei algumas situações bastante graves onde a família da cliente estava em sérias dificuldades para pagar os impostos pois todos os bens estavam travados no inventário.

Por mais delicado e evitado seja um tema, precisamos colocar luz sobre ele e esclarecer os cenários possíveis. Como os meus clientes podem confirmar, sempre deixo claro que a decisão final é deles, mas é de minha responsabilidade devido a minha profissão alertá-los das situações e suas possíveis soluções.

Perigo da suposição da independência financeira 4


Esperar receber uma herança

Infelizmente crescemos mas ainda sofremos das mesmas fantasias de quando éramos crianças. Facilmente nos seduzimos por contos de fadas, Hollywood adora mostrar estórias de pessoas que recebem heranças inesperadas. 

Isso fica evidente como mostra a pesquisa da Natixis, mostrando que 70% dos millennials que responderam a pesquisa disseram que esperavam receber uma herança, sendo que apenas 40% de seus pais planejavam deixar uma. 

Uma pesquisa da Schwab identificou uma desconexão semelhante nas expectativas dos herdeiros em relação à realidade. O aumento da longevidade, combinado com as necessidades de cuidados de longo prazo e os custos crescentes desse tipo de serviço, significa que mesmo quando os pais pretendem que seus filhos herdem seu patrimônio, eles podem não conseguir.

Pela minha experiência no mercado de assessoria de investimentos e educação financeira, adultos que esperam uma herança que não se materializa, são muito inclinados a gastar demais e economizar menos durante seus anos de pico de renda. E quando seus pais falecerem e não lhes passarem suas fortunas — ou lhes deixarem muito menos do que esperavam — pode ser tarde demais para compensar esse tempo perdido.

Mentalidade correta: nunca dependa de uma herança! Assuma sempre a responsabilidade do seu futuro.

Se algum cliente estiver levando em consideração uma possível herança em seu plano de aposentadoria, é aconselhável começar a abordar esse assunto o mais rápido possível. Tema delicado que pode gerar bastante frustração e as pessoas tendem a ficar na defensiva. O alinhamento de expectativas é a melhor forma de cultivar um relacionamento de longo prazo com nossos clientes. Muitas vezes, conversas desagradáveis como essa são necessárias. Gosto muito da estratégia de criação de cenários e estudar os impactos práticos de cada um e como melhor nos posicionar.

Perigo da suposição da independência financeira 3

É fácil trabalhar depois dos 65 anos.

Talvez você nunca tenha parado para fazer a conta, mas você vai concordar comigo. Os benefícios financeiros de trabalhar por mais tempo são inquestionáveis. Certo? 

Contribuições mensais com consistência na conta de investimentos, postergar retiradas da carteira e quem sabe, ainda contar com um trocado do INSS para alguns, todos esses pontos podem aumentar bastante a perenidade de uma carteira de investimentos para a aposentadoria dos nossos clientes. 

Com isso em mente, somado o aumento da longevidade, a mudanças nas regras de pensão e o fato de que a incerteza financeira no país afetou os investimentos de muitos pré-aposentados, não é surpresa que muitos idosos estejam adiando seus planos de aposentadoria. Pelo menos aqueles que conseguem. 

Enquanto 53% dos indivíduos ouvidos na Pesquisa da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida – FENAPREVI disseram que gostariam de parar de trabalhar aos 60 anos de idade, apenas 28% disseram que acreditam que irão conseguir se aposentar nessa idade. E o mais importante, 17% não pretendem parar de trabalhar.

No entanto, parece haver uma desconexão entre os planos de quem ainda não chegou nessa fase e demonstram a vontade de adiar a aposentadoria com a realidade se eles realmente o fazem. Tanto no sentido de conseguir se manter empregado com idades mais avançadas quanto não ser afastado por motivos de saúde.

Mentalidade correta: esteja pronto para recorrer a outras medidas, como aumentar seu percentual de investimentos mensais.

Embora trabalhar por mais tempo possa trazer um benefício triplo para o plano de aposentadoria – dos nossos clientes, conforme falamos acima – é um grave erro supor que é fácil de fazê-lo. 

Se fizemos as contas e os números mostram que o cliente fica abaixo dos valores que busca, nós podemos ajudar a planejar alguns cenários como aumentar seus rendimentos, cortar custos e buscar outras medidas para aumentar seu percentual de investimentos (taxa de poupança) mensal. 

No último caso, damos uma emagrecida nas projeções de renda após os 65 anos, pois talvez o cliente não seja capaz – ou possa optar – de ganhar uma renda tão alta em seus últimos anos quanto era capaz em suas melhores fases.

Perigo da suposição da independência financeira 2

A inflação será leve.

Vemos atualmente no Brasil e no mundo uma inflação alta e – até o momento que escrevo esse artigo – descontrolada. Nos últimos 3 anos por aqui e na maior parte das últimas duas décadas no mundo, a inflação não foi um problema, com o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA no Brasil e CPI nos EUA) sob controle. 

Mesmo com o nosso histórico inflacionário, é comum ver os nossos clientes ignorando a inflação em suas projeções ou pelo menos minimizando ao prever os gastos com aposentadoria. Estamos acostumados a ouvir pessoas apenas se referindo as taxas nominais de seus investimentos e nunca falando em termos de juros real, aquele que fica no seu bolso após descontar o que foi queimado pela inflação.

Com o cenário atual, no entanto, nos deparamos com o perigo de supor que os preços ao consumidor permaneceriam estáveis, já que a leitura mais recente de inflação no Brasil e principalmente no mundo, mostrou um aumento de 8,5% no ano encerrado em julho de 2022 (EUA).

Por que isso é ruim? Pois se a inflação permanecer alta, os aposentados precisarão retirar mais dos seus investimentos do que esperavam, apenas para manter seus padrões de vida atuais.

Mentalidade correta: Adote números de inflação (projeções) de longo prazo mais pessimistas para planejar e considere usar hedges (proteções) de inflação em sua carteira de aposentadoria.

Em vez de assumir que a inflação permanecerá controlada e baixa nos anos que antecedem e durante a aposentadoria dos nossos clientes, os assessores de investimentos devem usar números de inflação mais pessimistas para ajudar a orientar suas decisões de planejamento.

Embora pareça ruim e irracional ser pessimista e supor que os números de inflação atualmente vistos persistirão para sempre, talvez se adotar entre 3% a 5% possa ser um ponto de partida razoável. 

O ideal seria personalizar as previsões de inflação com base nos hábitos de consumo reais de nossos clientes. Por exemplo, os custos com saúde geralmente representam uma fatia maior dos gastos de muitos aposentados do que para a população em geral, enquanto os gastos com moradia podem ser um item com menor peso no gasto total dos aposentados, especialmente se o perfil de clientes que cuida possuam casa própria.

A possibilidade de que a inflação possa subir mais durante sua aposentadoria do que entre 2000 e 2020 também defende a adoção de proteções (hedges) de inflação em sua carteira de investimentos focada na aposentadoria. Isso pode ajudar a preservar o poder de compra do seu cliente. 

Existem diversas estratégias para fazer esse tipo de alocação. Lembre-se que sempre depende do perfil do nosso cliente. Podemos adotar tanto estratégias usando investimentos em renda fixa quanto algumas opções em renda variável. Cuidado apenas em suas projeções e otimismo com o futuro ao manter muitos investimentos com taxa pré-fixada, cujo potencial de retorno pode ser negativo quando a inflação é descontada.

Perigo da suposição da independência financeira 1

Os retornos do mercado de ações e renda fixa serão expressivos.

A maioria dos planejadores financeiros, quando estão buscando planejar para aposentadoria, pedem que você estime o que seu portfólio trará de retorno durante a fase de acumulação. Na minha experiência, a maioria das pessoas tende a ser muito otimista e estimar retornos agressivos. Geralmente, isso é apenas uma forma de evitar escolhas difíceis, como retardar a aposentadoria ou pior, ter que gastar menos.

Um dos motivos de buscar abrir a cabeça dos meus clientes para o mercado internacional é que a bolsa americana é mais consistente. Por lá, os ganhos de longo prazo com ações tem sido bastante generosos e em dólar. O S&P 500 – um dos principais índices do mercado de ações mundial – gerou retornos anualizados de mais de 10% nos últimos 100 anos – de 1926 até o final de 2021.

Por aqui não temos uma bolsa tão longeva, mas se pegarmos os ganhos desde 1994 a partir do Plano Real, o IBOVESPA rendeu em média 13% ao ano. Muito bom! Porém, nesse mesmo período nossa moeda perdeu 81% do seu valor. Além de nossa inflação ter comido boa parte desse retorno com alta de quase 9% a.a., ou seja, um ganho real de aproximadamente 4% acima da inflação para arredondar.

Mas houve certos períodos nesses últimos 28 anos que os retornos foram muito menores do que isso. Uma pessoa tendo que parar de trabalhar e viver de suas economias teria sofrido dependendo do momento da necessidade de liquidar seus investimentos. Por outro lado, a renda fixa que sempre foi o porto seguro de todo brasileiro, já não é mais garantia de bons retornos no longo prazo. Hoje voltamos a viver taxas expressivas com CDI pagando 13,5% a.a. Mas não precisamos ir muito longe em nossas memórias para recordar que tivemos CDI em níveis de país desenvolvido apenas 2 anos atrás em ínfimos 2,77% no acumulado de 2020.

Mentalidade correta: Seja menos otimista nas suas projeções de retorno dos investimentos e considere ajustar para baixo seus gastos futuros.

Todos esses números mostrados servem de alerta para sermos mais prudentes e pensar em reduzir um pouco nossas projeções de retorno dos investimentos por conservadorismo. Principalmente se você tem por volta de 10 anos pela frente até sua aposentadoria. 

Em nossa experiência e pelo perfil de clientes que cuidamos, buscamos trabalhar com retorno médio anual entre 3% e 4% acima da inflação. Reforçando as premissas de controle de riscos, preservação da riqueza e mentalidade de seguir o planejamento de longo prazo. 

4 suposições que podem prejudicar sua independência financeira

Tenho certeza que você já presenciou, ou pelo menos ouviu alguém contar, que nunca guardou um centavo e quando percebeu o erro, era tarde demais, certo? Provavelmente, essa pessoa fez alguma suposição equivocada, que mais pra frente na vida se provou errada e era tarde demais. A independência financeira seria um sonho nunca alcançado.

Não gosto muito de quem usa bordões. Acredito que existam formas mais inteligentes de se expressar. Porém, vou usar uma expressão que cria uma imagem clara, para que você possa lembrar daqui pra frente quando pensar em suas finanças: “nunca conte com o ovo no *** da galinha”.

Quando se trata de planejamento para a independência financeira, as suposições que ouço geralmente são motivo de riso. Vou abusar e usar outro bordão – “esperar o melhor, planejar para o pior” – esse sim faz mais sentido.

Suposições incorretas na hora de fazer o planejamento do seu futuro, da sua independência, são particularmente problemáticas porque, quando um aposentado ou pré-aposentado percebe que seu plano está com problemas, ele pode ter pouco tempo para corrigi-lo; gastar menos ou trabalhar mais pode não ser viável.

Aqui estão 4 suposições muito comuns – e extremamente perigosas – que já ouvi ao ajudar pessoas a planejar para sua independência financeira:

1 – Os retornos do mercado de ações e renda fixa serão expressivos.
2 – A inflação será leve.
3 – É fácil trabalhar depois dos 65 anos.
4 – Meu favorito- esperar receber uma herança.

Nos próximos posts vou buscar detalhar cada uma dessas suposições, mas para as pessoas mais ansiosas, aqui estão orientações rápidas para evitá-las:

1 – Seja menos otimista nas suas projeções de retorno dos investimentos e considere ajustar para baixo seus gastos mensais após “pendurar as chuteiras” (juro que foi o último e não vou mais abusar dos bordões).
2 – Use dados de inflação de longo prazo no planejamento e considere usar hedges (proteção) de inflação em sua carteira de aposentadoria.
3 – Esteja pronto para adotar outras medidas, como aumentar sua taxa de poupança mensal, se você estiver numa profissão que a idade possa dificultar que continue trabalhando.
4 – Nunca dependa de uma herança! Assuma sempre a responsabilidade do seu futuro.

Por esses motivos o Reino Unido está se tornando um mercado emergente

De acordo com o analista do Saxo Bank, Christopher Dembik, o Reino Unido está perdendo seu status de mercado desenvolvido. Como resultado de problemas econômicos internos que estão levando o país a se tornar um mercado emergente. Uma barreira muito fina o impede de passar de uma categoria para outra.

 

Os elementos que o analista aponta para sustentar seu argumento são inflação alta, instabilidade política e problemas comerciais. Vale lembrar que a crise no setor de energia é o principal impulsionador do atual patamar do índice de preços ao consumidor (9,4%). No entanto, os preços dos alimentos também estão jogando fortemente contra os orçamentos familiares.

 

Além disso, o banco central do país espera que uma das piores recessões dos últimos tempos comece no quarto trimestre de 2022. O Produto Interno Bruto (PIB) deve cair abaixo de 2,1% e a inflação deve chegar a 13% já em outubro. Este último supera confortavelmente as previsões de menos de três meses atrás, quando a inflação deveria atingir 11% até o final do ano.

Saxo Bank aponta para vários fatores negativos

O fato do Saxo Bank ter uma previsão desfavorável para a economia do país é impressionante. Muitos dos dados utilizados pelo referido analista daquela instituição são provenientes do Bank of England e de outras entidades oficiais. A partir daí, pode-se dizer que são muitos os fatores que fazem o Reino Unido parecer um mercado emergente, ele ressalta.

 

A instabilidade política é um dos elementos mais característicos do status econômico de uma potência. Nesse sentido, as autoridades do país estão envolvidas em inúmeros conflitos, que levaram à demissão do primeiro-ministro, Boris Johnson. O novo primeiro-ministro britânico será anunciado em 5 de setembro, em meio a uma forte luta entre os conservadores Liz Truss e Rishi Sunak.

 

A queda acentuada do padrão de vida do país também é outro forte elemento citado pelo analista. Espera-se que os preços da energia subam mais 70%, o que deixaria a fatura média anual em £ 3.400 libras. Tal cenário empurraria milhares de famílias abaixo da linha da pobreza. Pior, no entanto, é que os preços das contas continuariam a subir até 2023.

 

Acrescente a esse cenário as interrupções no comércio causadas pelo Brexit e as consequências contínuas dos gargalos gerados pela pandemia. Com isso em perspectiva, o analista do Saxo Bank diz que tudo aponta para a Inglaterra se tornar um mercado emergente em pouco tempo.

Todos os elementos estão no lugar (exceto um)

Segundo Dembik, a linha que separa a conversão do país em um mercado emergente é tão tênue que apenas um elemento a separa. É uma crise cambial, típica de nações em desenvolvimento. Ou seja, se a libra esterlina entrar em crise, o país perderia oficialmente seu status de mercado desenvolvido, segundo o analista.

 

No entanto, parece improvável que o cenário de uma libra fraca apareça no curto prazo. O analista observa que, apesar dos fortes ventos contrários, a moeda do país continua solidamente posicionada. “Ela caiu apenas 0,7% em relação ao euro e 1,5% em relação ao dólar americano na semana passada. Nossa aposta: depois de sobreviver à semana do Brexit, não vemos o que poderia empurrar a libra para uma queda livre”, diz o especialista do Saxo Bank.

 

Mas esse é um dos poucos fatores positivos que ele vê e ele espera que a economia sofra muito mais nos próximos meses. Para se ter uma ideia, alguns elementos de termômetro se destacam para medir a saúde da economia. Um deles são os registros de carros novos, que caíram drasticamente ano a ano.

 

Dados citados pelo portal CNBC apontam que esse mercado caiu de 1,835 milhão em julho de 2021 para 1,528 milhão no mesmo mês deste 2022. “Esse é o nível mais baixo desde o final da década de 1970”, diz o analista.

Uma longa e profunda recessão na economia do Reino Unido

Todos os especialistas parecem concordar que haverá uma recessão muito dolorosa para a economia britânica. Por exemplo, o banco central aponta que a melhoria não é esperada nos próximos 3 anos. Até então, o PIB estaria se movendo ainda abaixo dos níveis atuais. O analista cita o BCE no possível 1,7% do PIB abaixo do nível atual até meados de 2025.

 

“O que o Brexit não conseguiu fazer sozinho, o Brexit, a inflação e a covid fizeram. A economia britânica está esmagada”, explica ele, acrescentando que a recessão será “longa e profunda”. Por outro lado, a previsão de 5 trimestres consecutivos de PIB negativo colocaria o BCE numa posição de “esperar para ver”, diz o analista do Saxo Bank.

 

O Banco de Investimento Dinamarquês assume uma posição idêntica. Essa instituição acredita que o BCE fará sua última alta de juros em setembro e adotará uma postura passiva a partir de então. No outro extremo, o think tank National Institute for Economic and Social Research (NIESR) acredita que a inflação forçará o banco central a ser mais agressivo. Citados no The Guardian, os especialistas afirmam que a inflação está longe do pico e em breve atingirá “níveis astronômicos”.

 

Tal cenário de preços cronicamente crescentes levaria o BCE a fazer aumentos de juros acima do esperado. Stephen Millar, vice-diretor do NIESR acredita que até a primavera do próximo ano a economia atingirá uma contração de 1%. Quanto ao prolongamento da recessão, são mais conservadores e apontam para 3 trimestres consecutivos.

Saxo Bank espera consequências de longo prazo para a economia do Reino Unido

Quanto ao longo prazo, as consequências da atual crise britânica serão sentidas pelas gerações atualmente ativas no mercado de trabalho. Essa é a visão de Dembik, que acredita que as pessoas que ganham a vida no mercado de trabalho têm um futuro incerto, o que afeta diretamente a próxima geração.

 

“Imagine o graduado entrando no mercado de trabalho em 2009/10, a quem será dito que aquele foi um acidente único na vida. Agora ele está com 30 e poucos anos e tem outra crise econômica única na vida”, comenta. Ele acrescenta que essas pessoas terão uma economia salarial reprimida e sem perspectivas de moradia, além de dois anos perdidos de socialização durante a pandemia.

 

A isso ele acrescenta “contas obscenas de energia e aluguel e agora uma longa recessão”. O especialista do Saxo Bank conclui que isso inevitavelmente leva a mais pobreza e desespero. O resultado direto desse cenário é a desconfiança nas instituições governamentais e, eventualmente, no sistema político e suas garantias sociais.

 

Esse tipo de confiança nas instituições, uma vez danificada, é difícil de reparar. O BCE projeta que a renda disponível real após impostos das famílias sofrerá um colapso sem precedentes. Ele está olhando para um colapso de 3,7% entre os próximos dois anos. As famílias de baixa renda sofrerão o impacto, diz o especialista.

 

Segundo projeções do Fundo Monetário Internacional, citadas por Dembik, os lares britânicos estão entre os mais atingidos na Europa. Recentemente, este meio de comunicação informou que o preço médio para encher o tanque de um carro familiar excede £ 100 libras esterlinas.

Texto traduzido do artigo original https://investortimes.com/saxo-bank-united-kingdom-is-becoming-an-emerging-market/