Boom supersônico

Nesses últimos dois anos, existiu um grande hype na retomada das viagens comerciais supersônicas até o final da década. Um dos concorrentes mais promissores, a startup Boom Supersonic, assinou recentemente um acordo para vender 20 aviões Overture para a American Airlines (NASDAQ: AAL), apenas um ano depois de assinar um acordo semelhante com a United (NASDAQ: UAL). O Overture está programado para transportar de 65 a 80 passageiros e voar tão rápido quanto Mach 1,7 (1.304 mph), reduzindo drasticamente os tempos de voo transatlântico e transpacífico.

 

O problema:

O grande ponto está em encontrar um fabricante de motores. A Rolls-Royce (OTCPK: RYCEY) acaba de anunciar que está saindo do projeto depois de concluir vários estudos de engenharia. Após os comentários, a GE Aviation (NYSE: GE), Honeywell (NASDAQ: HON) e a Safran Aircraft Engines (OTCPK: SAFRY) também confirmaram que não estavam interessadas em fazer um motor supersônico para a Boom. Enquanto isso, a Pratt & Whitney, da Raytheon (NYSE: RTX), outra empresa capaz de fabricar esse motor, chamou os planos de “tangenciais” aos seus negócios.

 

“A Boom afirmou que deseja que sua aeronave seja o mais ambientalmente responsável possível, o que é um objetivo nobre e extremamente importante, mas já é difícil e caro o suficiente para a Boom construir o avião”, observou Henry Harteveldt, analista de viagens da Atmosphere Research Group. No entanto, se a Boom pudesse construir com sucesso tanto um avião quanto um motor, a startup poderia se tornar um alvo de aquisição para empresas aeroespaciais como Boeing (NYSE: BA) ou Airbus (OTCPK: EADSY). A empresa poderia, alternativamente, vender seu projeto de motor por uns bons trocados ou lucrar com o “boom” da retomada das viagens supersônicas comerciais.

 

A curiosidade: 

Embora tenha havido muitas aeronaves militares supersônicas, os únicos modelos para transportar passageiros civis eram o Concorde e o Russo Tupolev Tu-144. O Concorde saiu de serviço em 2003 – sobrecarregado por altas despesas e um acidente fatal em 2000 que levou o modelo a ser descontinuado – enquanto o Tu-144 tinha serviço limitado e se aposentou em 1999. As viagens supersônicas comerciais eram um assunto muito comentado quando foi desenvolvido na década de 1960, tanto que a cidade de Seattle nomeou sua franquia da NBA de “SuperSonics” após o projeto de transporte supersônico da Boeing, que mais tarde foi cancelado.