Como usar a filosofia do Value Investing – investimento em valor

Já conversamos sobre ações de crescimento, suas características, como buscar boas oportunidades para investir nesse tipo de empresa e seus riscos. 

 

Agora vamos entender o que significa investimento em valor?

O investimento em valor é na realidade uma filosofia de investimento. O objetivo é encontrar ações com deságio (desconto) em relação ao seu valor intrínseco e comprá-las buscando a correção do mercado. Investidores de valor procuram ativamente ações que estejam subvalorizadas pelo mercado de ações. Eles acreditam que o mercado reage de forma exagerada tanto a boas quanto a más notícias, resultando em discrepâncias nos preços das ações que não correspondem aos fundamentos de longo prazo de determinada empresa. Ou seja, a reação exagerada do mercado oferece uma oportunidade de lucrar comprando ações a preços com desconto.

Esse desconto também é conhecido como margem de segurança. Benjamin Graham, conhecido como o pai do investimento em valor, cunhou o termo pela primeira vez em seu livro, The Intelligent Investor, em 1949. Warren Buffett (aluno e pupilo de Graham) é com certeza o investidor de valor mais conhecido na atualidade, mas há muitos outros nomes, como Charlie Munger – sócio de Buffet na Berkshire – David Dodd, Christopher Browne e Seth Klarman.

 

Como encontrar ações de valor?

Ok, já entendi a filosofia, mas como encontrar essas oportunidades? A estratégia é buscar empresas com múltiplos baixos em relação aos seus lucros ou seus ativos, por exemplo. Importante entender que essa filosofia requer uma mentalidade contrária da maioria das pessoas que buscam ganhos rápidos, e um horizonte de investimento de longo prazo. 

O investidor de valor procura se blindar das emoções dos investidores comuns e explorar esse comportamento irracional. A emoção é uma ameaça constante no mundo dos investimentos. O medo e a ganância estão sempre presentes e frequentemente levam a más decisões de investimento pois acabam se baseando na percepção ao invés da realidade. 

Acompanhamos diversas situações onde essas discrepâncias de preços se tornam extremas como por exemplo na bolha da internet nos anos 90, ou na outra ponta, recentemente o derretimento dos ativos de risco no início da pandemia. Esses são exemplos extremos, mas essas situações em menor grau surgem com bastante frequência. É exatamente isso que cria a oportunidade para investidores de valor que não se envolvem nas emoções e notícias e focam em suas estratégias bem definidas. 

Uma estratégia bem montada nem sempre é rentável e nem sempre supera alguns benchmarks no curto prazo. Em alguns momentos, que inclusive podem durar alguns anos, durante os quais os investidores de valor podem parecer os conversadores e são considerados os tontos da história. Isso é um desafio emocional, tanto para nós assessores de investimentos quanto para nossos clientes. Na minha opinião o caminho é alinhamento de expectativas, objetivos bem definidos, além de humildade e coragem. No entanto, os resultados de longo prazo dessas estratégias são realmente relevantes, pois geralmente as melhores coisas são desafiadoras.

 

Quais são os indicadores usados para garimpar oportunidades na filosofia de valor?

Antes de tudo é importante entendermos que no mercado de ações, uma empresa é considerada barata, ou com desconto, quando suas ações estão subavaliadas.

 

Os investidores profissionais usam várias métricas para encontrar o valor intrínseco de uma ação. O valor intrínseco seria o preço justo de uma ação. Para encontrar o valor intrínseco, são realizadas algumas análises financeiras, como o estudo do desempenho operacional, receita, crescimento, fluxo de caixa e lucro de uma empresa. Além disso, alguns fatores do negócio são considerados como a marca da empresa, o modelo de negócios, o mercado-alvo e se existe um fosso econômico

 

Alguns indicadores calculados para avaliar as ações de uma empresa:

Price-to-book (P/B) ou valor contábil – mede o valor dos ativos de uma empresa em relação ao preço de suas ações. Se a empresa não estiver passando por sérias dificuldades financeiras e o preço for inferior ao valor dos ativos, a ação está subvalorizada.

Price-to-earnings (P/E) – histórico de lucros da empresa e indica se o preço das ações não está refletindo todos os lucros ou está subvalorizada.

Fluxo de caixa livre – para obtê-lo, subtraimos o valor do Fluxo de Caixa Operacional das despesas de capital. (Fluxo de Caixa Livre = Fluxo de Caixa Operacional – Despesas de Capital). Se uma empresa estiver gerando fluxo de caixa livre, sabemos que irá sobrar dinheiro para investir no futuro do negócio, pagar suas dívidas, pagar dividendos ou juros aos acionistas.

 

Além dessas com certeza usamos muitas outras métricas, além de avaliá-las em relação aos múltiplos de mercado.

 

 

Existem outras maneiras de investir em ações de crescimento?

 

Mais uma vez, se você assessor de investimentos estiver lidando com um cliente com perfil que não seja adequado ao investimento direto em ações, existem outras formas de adotar uma estratégia de valor. Obviamente se tiver disposição e capacidade para esse tipo de alocação.

 

No mundo offshore encontramos diversas opções. Assim como vimos nas empresas de crescimento, existem ETFs que são fundos de investimentos fechados negociados em bolsa, e também fundo de ações de valor. 

 

 

ETFs de ações de valor

 

Vanguard Value ETF (VTV) – Este ETF acompanha o índice de valor CRSP U.S. Large Cap. Possui uma carteira de 344 ações de grande capitalização dos EUA, como Berkshire Hathaway Inc. (BRK.B), UnitedHealth Group Inc. (UNH), Johnson & Johnson (JNJ) e Exxon Mobil Corp. (XOM). Menos concentrado em ações do setor de tecnologia e mais equilibrado em empresas de saúde, financeiras, industriais e de consumo. O ETF tem um índice P/E médio de 15,2 e índice P/B de 2,5.

Vanguard Russell 1000 Value ETF (VONV) – Este ETF busca acompanhar o índice de valor Russell 1000. Composto por 857 ações com um índice P/L médio abaixo de 14,9 e índice P/B de 2,2. Possui participações bastante semelhantes ao VTV, como Berkshire Hathaway, Johnson & Johnson e Exxon Mobil. 

SPDR S&P 600 Small Cap Value ETF (SLYV) – Este ETF é de empresas consideradas small caps – são empresas com capitalização de mercado entre US$ 300 milhões a US$ 2 bilhões. O fundo possui baixos índices de P/E e P/B com 10,4 e 1,3, respectivamente.

 

 

Fundos Mútuos de Ações de Crescimento

JM Value Fund

UTI Value Opportunities Fund

Quantum Long Term Equity Value Fund

 

 

Conclusão, é seguro usar a filosofia de Investimentos em valor?

Como entendemos ao longo do artigo, precisamos estar sempre atentos na hora de orientar nossos clientes na alocação de suas carteiras de investimentos. A adequação dos ativos selecionados ao seu perfil de investidor é fundamental para o sucesso de longo prazo. De nada vale incluir excelentes ações de valor se o cliente não suportar a volatilidade intrínseca da renda variável, seja por falta de disposição ou por limitação de capacidade para correr riscos.

Vale sempre lembrar que os ativos mencionados no artigo são apenas exemplos. O objetivo desse artigo é educacional visando aprimorar o conhecimento de mercado financeiro, principalmente do mercado internacional. Não se tratam de dicas de investimentos.

5 etapas para escolher de forma fácil um assessor financeiro

Especialistas financeiros não são apenas para os muito ricos. Clientes em todos os tipos de situações financeiras podem melhorar sua saúde financeira se buscarem orientação de um profissional do mercado financeiro.

 

Se você precisa criar um plano de investimentos para a aposentadoria, gerenciar suas dívidas, diversificar seu portfólio, blindar seu patrimônio ou fazer seu salário durar mais, um assessor financeiro pode ajudá-lo a criar uma estratégia, estabelecer metas financeiras bem definidas e muito mais.

 

Com tanta gente falando de tudo pela internet hoje em dia e diversas corretoras ofertando produtos de todos os tipos, é fundamental que você aprenda primeiro como encontrar o assessor financeiro certo para você.

 

5 passos para encontrar o profissional de assessoria financeira certo

1 – Identifique por que você precisa de assessoria financeira

2 – Encontre o melhor assessor financeiro para você

3 – Saiba como os profissionais financeiros são pagos

4 – Determine se você precisa de um assessor financeiro fiduciário

5 – Conheça potenciais assessores de investimentos

 

Passo 1: Identifique por que você precisa de aconselhamento financeiro

Encontrar o profissional de assessoria financeira certo para você é mais fácil depois de definir por que você precisa de um.

Você está no início de sua carreira e quer saber quanto – e como – economizar para seus objetivos financeiros? Você está se preparando para pagar a educação do seu filho no exterior ou cuidando das finanças após um divórcio? Provavelmente há um profissional que tem a competência para te auxiliar.

Você provavelmente precisa de uma estratégia financeira bastante complexa. Isso não pode ser um problema. O importante é ter certeza de que os profissionais financeiros que você está considerando tenham as habilidades, conhecimentos e experiência para cuidar das suas necessidades e faça um trabalho realmente personalizado.

 

A seguir uma lista de temas que os melhores assessores financeiros podem ajudar você e sua família:

Planejamento de aposentadoria

Um bom consultor financeiro pode calcular os valores necessários e garantir que você maximize as estratégias específicas para aposentadoria, para que você possa manter seu estilo de vida depois de se aposentar.

Investimentos e gestão de ativos

Profissionais financeiros podem identificar os melhores produtos que façam sentido para o seu perfil e estratégia de investimento. Eles também podem ajudá-lo a reequilibrar seu portfólio para garantir que corresponda ao seu nível de tolerância ao risco.

Planejamento tributário

O assessor financeiro com experiência pode ajudá-lo a limitar sua exposição a impostos enquanto trabalha em direção a outros objetivos financeiros.

Orçamento e economia

Um assessor financeiro pode identificar oportunidades para ajudá-lo a melhorar o seu índice de poupança. Eles podem te ajudar usar melhor e economizar dinheiro com mais eficiência.

Conseguir um Seguro

Esteja você procurando por seguro de vida, seguro saúde ou até mesmo residencial, um bom consultor financeiro pode ajudá-lo a encontrar o produto que melhor se adapta às suas necessidades e apontar eventuais falhas em sua atual cobertura.

Planejamento sucessório

Os especialistas financeiros podem orientar na montagem de estruturas e principalmente antecipar possíveis problemas na sucessão patrimonial.

Passo 2: Encontre o melhor assessor financeiro para você

Um assessor é um especialista certificado que fornece orientação sobre finanças pessoais, temas tributários, investimentos e gestão de ativos.

Gosto de comparar um bom profissional financeiro com um personal trainer. Eles podem ajudá-lo a tomar melhores decisões financeiras e ensinar novos hábitos de gastos, investimentos e financiamentos. Podemos realizar a assessoria de investimentos de alto nível para pessoas e empresas com patrimônios expressivos.

Aqui está um resumo dos principais tipos de especialistas financeiros que existem:

Assessores de investimento

Os assessores de investimento conhecem as condições do mercado e podem ajudar a criar um plano de investimento adaptado aos seus objetivos financeiros.

Corretores da bolsa de valores

Os corretores da bolsa compram e vendem ações e outros títulos em nome de seus clientes. Eles geralmente estão associados a uma corretora e podem fazer negócios tanto para investidores de varejo (investidores individuais) quanto para investidores institucionais.

Planejadores financeiros certificados

Os planejadores financeiros certificados (regulamentados pela Planejar) ajudam os clientes a criar planos de gestão de patrimônio de longo prazo, levando em consideração toda a sua vida financeira: metas de aposentadoria e investimento, seguros, impostos e muito mais. Eles geralmente trabalham com tipos específicos de clientes, como clientes private.

Robôs

Atualmente muitas pessoas estão buscando soluções por meio de robos. Esse tipo de serviço de gerenciamento de investimentos faz usando algoritmos e dados financeiros para fornecer sugestões de onde você deve investir. Cuidado pois a maioria é feito de forma genérica, o perfil dos clientes que nos procuram, geralmente são pessoas que focam em suas carreiras e buscam um trabalho feito de forma mais personalizada.

Planejamento Sucessório

É fácil adiar o planejamento para sua morte, mas também é necessário garantir que seus entes queridos sejam atendidos. Os planejadores financeiros podem ajudar a organizar sua papelada, como um testamento, um seguro sucessório ou uma holding patrimonial por exemplo. 

Importante! Identifique os seus objetivos. Você pode precisar de uma solução que envolva vários temas. Isso é bastante comum. Em seguida, certifique-se de que os profissionais financeiros que você está considerando tenham as habilidades, o conhecimento e a experiência para ajudá-lo.

Etapa 3: Saiba como os profissionais financeiros são pagos

Existem várias maneiras pelas quais um assessor pode ganhar – comissão pela venda de produtos, um percentual anual dos ativos de um investidor ou uma taxa por hora – então você não deve ter medo de perguntar os detalhes.

Passo 4: Determine se você precisa de um assessor financeiro fiduciário

Você pode pensar que todos os assessores financeiros colocariam as necessidades de seus clientes em primeiro lugar e evitariam conflitos de interesse – mas nem sempre é esse o caso.

Muitos profissionais financeiros se enquadram no termo “assessor de investimentos”, mas apenas poucos deles devem aderir ao padrão fiduciário.

O padrão de cuidado fiduciário – também conhecido como dever fiduciário – é uma regra que exige que os assessores financeiros associados coloquem os melhores interesses de seus clientes à frente dos seus próprios, mesmo que isso signifique recomendar estratégias que possam reduzir sua própria remuneração.

Isso é uma surpresa para muitas pessoas, a maioria erroneamente acredita que todos os especialistas financeiros devem atender a esse padrão fiduciário.

Atender ao padrão fiduciário é mais importante quando você está buscando um assessor financeiro para investir e escolher produtos financeiros em seu nome. Se você está simplesmente procurando ajuda para criar um orçamento mensal, esse problema provavelmente não é tão grave.

Em ambos os casos, não tenha vergonha de perguntar a potenciais profissionais se eles são fiduciários e quaisquer outras perguntas sobre como eles são compensados. Afinal, é do seu patrimônio que estamos falando.

Esse é um tema bastante complexo e controverso, deixe seu comentário se quiser conversar a respeito.

Passo 5: Conheça potenciais assessores de investimentos

Geralmente os novos potenciais clientes chegam até mim por recomendação das pessoas que já conhecem e confiam no meu trabalho. Assim como eu busco conhecer esses novos clientes para ver se adequam-se ao perfil dos clientes que costumo ajudar, também oriento que façam a mesma análise. Afinal, é um relacionamento que precisa ser baseado em confiança e provavelmente será muito próximo e por bastante tempo. 

Por esses motivos, é importante buscar saber mais sobre a experiência do seu assessor e se fizer sentido, procure outras opções para poder comparar.

Finalizando

Para te ajudar, separei algumas perguntas a serem feitas antes de contratar assessores financeiros

Quem são seus clientes típicos?

Como nos comunicaremos? 

Com qual frequência faremos o acompanhamento?

Quanto vou pagar e como esse número é determinado?

Como você é remunerado?

Você é recompensado por recomendar determinados produtos?

Como você escolhe investimentos e produtos para seus clientes?

Você tem um dever fiduciário com seus clientes?

 

Você também deve fazer perguntas sobre sua situação específica.

Exemplo, se você é uma mulher recém divorciada na casa dos 40 anos, o assessor tem outros clientes no mesmo perfil?

Se você é proprietário de uma empresa, eles têm experiência com essa especialização?

Se você está perto da aposentadoria e está precisando gerar renda da sua carteira de investimentos, eles estão familiarizados com essa situação?


Tenha em mente

Se o assessor não quiser entrar nesses detalhes, procure outra pessoa. É importante que você escolha um especialista que seja transparente sobre como lidará com suas finanças e responderá a quaisquer dúvidas que você possa ter.

Você conhece o fosso econômico do Warren Buffet?

Você já ouviu falar da Berkshire Hathaway, certo? Não???  Com certeza conhece o famoso CEO, Warren Buffett. Ele é o cara da Berkshire, mas então, o que a Berkshire Hathaway faz exatamente? E o que os 40.000 acionistas e a legião de fãs desse lendário gênio dos investimentos buscam aprender com Warren Buffett?

 

A Berkshire Hathaway começou como uma empresa têxtil fundada em 1800. Porém, agora é uma das cinco maiores companhias dos Estados Unidos. Ao lado de Microsoft, Apple, Amazon e Facebook. A Berkshire é uma holding com aproximadamente 50 outras empresas, em vários setores – seguros, ferrovias, serviços públicos, aeroespacial, restaurantes, brinquedos e até vestuário.

 

Como Buffett diz: “A chave para investir não é avaliar o quanto uma indústria afetará a sociedade ou quanto ela crescerá, mas determinar a vantagem competitiva de qualquer empresa e, acima de tudo, a durabilidade dessa vantagem. Os produtos ou serviços que possuem fossos amplos e sustentáveis ao seu redor são os que oferecem recompensas aos investidores.”

 

Esse termo “fosso econômico” é usado para descrever a vantagem competitiva de uma empresa, produto ou serviço. Da mesma forma que o fosso protege um castelo, certas vantagens ajudam a proteger as empresas de seus concorrentes. Empresas com fossos largos fazem grandes investimentos porque podem evitar a concorrência e obter altos retornos sobre o capital por muitos anos.

 

A estratégia genial da Berkshire sempre foi sua capacidade de farejar empresas com esses fossos e usar o excesso de fluxo de caixa gerado por essas empresas e investi-los de volta em projetos que rendem mais do que seu custo de capital por longos períodos de tempo.

Se você – assim como eu – é fã do Warren Buffet, leia também o artigo dos 5 Pilares para Investir como Warren Buffet.

A Precision Castparts, por exemplo, é uma fabricante de componentes para as indústrias aeroespacial, de energia e outras que funcionam sob condições extremas e adversas.

 

Ao longo dos anos, a PCC fornece esses componentes a preços baixos a clientes como General Electric, Rolls Royce e United Technologies. Os clientes pensam duas vezes antes de trocar de fornecedor, devido aos aspectos técnicos rigorosos que esses componentes precisam satisfazer. Esse alto custo de troca cria o chamado “fosso econômico” em torno dos negócios da PCC que ajuda a Precision Castparts a obter retornos que excedem facilmente seu custo de capital.

 

Outro exemplo, em 1996 a Berkshire concluiu a aquisição da seguradora Geico. Os sócios Buffett e Munger foram atraídos pelos custos operacionais baixíssimos da empresa – outras seguradoras como Allstate e State Farm, possuem custos mais altos.

 

Buffett explicou essa vantagem em sua carta aos acionistas de 1996 dizendo: “A diferença entre os custos da Geico e os de seus concorrentes é uma espécie de fosso que protege um valioso e cobiçado castelo comercial. Os gestores continuamente alargam o fosso, reduzindo ainda mais os custos, defendendo e fortalecendo assim a franquia econômica”

 

A Burlington Northern Santa Fe Railway possui 32.500 milhas de trilhos. Ativos físicos como esses, especialmente em setores regulamentados pelo governo, são difíceis e caros para um concorrente replicar. Esse negócio é um ótimo exemplo de empresa com ativos intangíveis e escala eficiente.

 

A Berkshire também possui uma carteira de ações negociadas em bolsa em seu portfólio que também desfrutam de fossos econômicos. Possui 400 milhões de ações da Coca-Cola, o que representa quase 10% do capital da empresa.

 

Como uma das maiores empresas de bebidas do mundo, a Coca-Cola conquistou um amplo fosso econômico, graças aos ativos intangíveis de sua marca e às vantagens de custo criadas por seus fortes relacionamentos com varejistas e economias de escala.

 

A estratégia final da fórmula do sucesso de Buffett é conseguir esses grandes negócios a preços justos. Negócios de alta qualidade com fluxos de caixa confiáveis não ficam baratos com tanta frequência, e Buffett toma cuidado para não pagar demais.

 

Como sempre falo com os assessores financeiros que tenho contato, assim como com meus clientes, o fundamental é termos uma estratégia de longo prazo bem estabelecida e ao longo da jornada buscarmos somar em nosso portfolio, investimentos que estejam alinhados com o nosso plano e perfil.

 

Se você também é um assessor de investimentos ou planejar financeiro, recomendo fortemente ter esse alinhamento com seus clientes e alinhar as expectativas. Se você é um investidor ou investidora, sugiro que tenha esse tipo de conversa com o profissional que cuida de você.

O que a neurociência tem a ver com os meus investimentos?

Sabia que é possível aplicar a neurociência às suas finanças? Vamos fazer um teste rápido, seu eu falar a palavra BANCO, o que vem 1o na sua cabeça?

Provavelmente você pensou numa instituição financeira, Bradesco, Itaú, Inter, Santander. A maioria pensou assim por saber que trabalho no mercado financeiro. Provavelmente, se estivéssemos numa loja de móveis você pensaria em outro tipo de banco.

Consigo prever com boa chances de acertar o que você iria pensar pois conheço como o cérebro funciona. Estudo muito sobre neurociência. Como sabe que o meu propósito é te ajudar a alcançar sua liberdade financeira, conquistar seus sonhos, para isso preciso conhecer, não só a respeito do mercado financeiro, mas também da psicologia financeira. Para chegarmos nesses objetivos, precisamos tomar melhores decisões. Isso é importante para a vida e para as finanças. 

Existe um conceito em neurociência, finanças comportamentais, chamado de heurísticasHeurísticas são atalhos mentais, estratégias práticas que diminuem o tempo de tomada de decisões. Uma evolução que nos fez chegar até aqui! Esses atalhos funcionam como regras para decisões rápidas e são muito úteis para economizar energia.

O problema é que podem nos levar a tendências inconscientes. Decisões tendenciosas, enviesadas. O VIÉS que fez você pensar numa instituição financeira quando falei a palavra BANCO é o da disponibilidade.

Existem inúmeras pesquisas comportamentais, testes e exemplos dos vieses em ação. Um que estamos muito familiarizados é o quando decidimos comprar um carro novo e ao escolher o modelo, de repente, começamos a ver esse carro por todos os lados. Já sentiu isso?

Aliás, eu dar esse exemplo também é o viés da disponibilidade em ação. Esse exemplo é sempre dado e estava disponível facilmente para mim enquanto eu buscava um exemplo. Entendeu?

No nosso mundo das finanças o viés da disponibilidade está muito presente nas decisões de investimentos. Por exemplo, em ações acontece com bastante frequência a seguinte situação:

Mercado em alta, ações subindo, jornais, noticiários, conversas, em todos os lugares aparecem a informação do papel que valorizou x%, do recorde alcançado na cotação da empresa y na bolsa. Ou seja, informações muito disponíveis e pessoas querem “aproveitar as oportunidades”.

Geralmente sem pensar muito, motivadas pelas noticias, entram, comprar já atrasadas e o movimento começa a inverter. Assustam e saem, vendem na baixa. Não pensaram em estratégia, apenas decidiram rápido.

Nunca viu ninguém fazer isso? Talvez até mesmo você já foi vítima disso. Qual solução prática para não cair mais em decisões pouco conscientes e tendenciosas nos seus investimentos?

1 – lembrar que esse mecanismo existe pra gente sobreviver. Já teríamos sido extintos se todas as decisões que temos que tomar todos os dias dependessem do nosso raciocínio e análise.

2 – sabendo disso, que esse mecanismo está sempre em ação, parar, pensar, pedir ajuda de um especialista se precisar e criar uma estratégia de longo prazo. Estabelecer premissas que te blindem desse tipo de comportamento.

O que é o fluxo de caixa descontado

O que é?

O cálculo de Fluxo de Caixa Descontado (FCD) – discounted cash flow em Inglês – é um modelo muito utilizado em várias análises financeiras. Em geral, um analista busca usar esse modelo financeiro para compreender a capacidade de uma empresa gerar lucro nos próximos anos. Buscamos com isso estimar o valuation (valor) de uma companhia.

Por que?

É dessa forma que são feitas algumas das análises de viabilidade, antes de tomar a decisão de alocação por parte dos investidores, na hora de comprar cotas ou ações de um ativo. O modelo de FCD usa como base os fluxos de caixa futuros e os desconta pelo custo de capital apropriado. O objetivo é entender o risco de alocar o capital nessa companhia em relação as outras oportunidades que existem no mercado.

O FCD usa o conceito do valor do dinheiro no tempo (TMV ou time value of money). Basicamente, trata-se da ideia de que R$ 1 hoje vale mais do que R$ 1 amanhã. Desse modo, o fluxo de caixa descontado busca determinar o valor de uma empresa hoje com base em projeções financeiras do quão lucrativa será no futuro. 

Ou seja, o FCD ajuda a responder a seguinte pergunta:

“Quanto dinheiro vou ganhar com este investimento ao longo de um período de tempo e como isso se compara ao valor que eu poderia ganhar com outros investimentos?”

Vale salientar o motivo de usar tantas vezes o termo “busca” pois de fato são estimativas futuras.

Como?

O fluxo de caixa descontado é calculado levando em conta 4 etapas na modelagem financeira: a estimativa do fluxo de caixa, a taxa de desconto, o cálculo do valor residual e o cálculo do valor da empresa.

1) Estimativa de fluxo de caixa

A estimativa de fluxo de caixa é literalmente mensurar tudo que entra e tudo que sai do caixa da empresa considerando um determinado período de tempo.

2) Taxa de desconto

A taxa de desconto trata-se do custo do capital e riscos que a empresa enfrenta. Leva em conta os custos de oportunidade e o custo médio ponderado de capital.

3) Valor residual

O valor residual da empresa é o valor estimado de um ativo ao final de sua vida útil.

4) Fluxo de caixa descontado

A fórmula é a seguinte: FCD = projeção de faturamento no período / (1 + taxa de desconto) elevado ao número do período

Exemplo:

Vamos considerar o seguinte faturamento projetado para uma companhia nos próximos 4 anos:

  • ano 1: R$ 20.000,00;
  • ano 2: R$ 30.000,00;
  • ano 3: R$ 40.000,00;
  • ano 4: R$ 50.000,00.

Definir a taxa de desconto. Geralmente usamos a WACC que leva em conta o custo do capital próprio, custo do capital de terceiros e imposto sobre lucro.

Para simplificar, vamos usar a taxa anual de 11%.

O próximo passo é usar a fórmula e descontar os fluxos:

  • ano 1: 20/(1,11) = R$ 18.000,00;
  • ano 2: 30/(1,11)^2 = R$ 24.000,00;
  • ano 3: 40/(1,11)^3 = R$ 29.000,00;
  • ano 4: 50/(1,11)^4 = R$ 32.000,00.

Com isso, chegamos aos valores de fluxo de caixa projetados para os próximos 4 anos. Agora, basta somar esses valores para finalmente chegar ao fluxo de caixa descontado.

FCD: 18 + 24 + 29 + 32 = R$ 103.000,00

Quando?

O fluxo de caixa descontado é um modelo de análise financeira e como todo método possui vantagens e desvantagens.

Vantagens

– uma estimativa de valor mais aproximada possível de um negócio;

– sofre poucas influências de fatores não econômicos ou demais fatores de mercado.

Desvantagens

– por ser uma análise baseada em expectativas, o resultado pode não ser o mais preciso possível;

– bastante sensível às mudanças do planejamento financeiro. 

Se o seu cliente não for o Rei é melhor se preocupar com isso

Após a morte da Rainha Elizabeth II, o agora Rei Charles, não precisará pagar nenhum imposto sucessório sobre o Ducado de Lancaster. Uma das propriedades que herdou da rainha Elizabeth II e principal fonte de renda da monarquia.

O desconto se deve a uma regra que permite a transferência de ativos de um membro da realeza para outro, informou o site Business Insider. O novo rei está deixando de pagar um imposto de herança no valor de mais de US$ 750 milhões. O motivo é uma nova regra introduzida pelo governo do Reino Unido em 1993, com o objetivo de evitar que os bens da família real sejam extintos.

A cláusula diz que, para ajudar a proteger seus ativos, os membros da família real não precisam pagar a taxa de 40% sobre propriedades, privilégio que os outros residentes do Reino Unido não têm.

Aqui no Brasil o imposto de sucessão é bem menor, o ITCMD é um imposto estadual e varia entre 1% até 8%. Cada estado tem suas regras e obviamente essas alíquotas tem subido com os mesmos buscando aumentar suas arrecadações.

Apesar de muito inferior em comparação aos 40% do Reino Unido, eu fico surpreso que até hoje muitos clientes não sabem desses custos e por esse motivo não se preparam financeiramente para essa situação. Falta de planejamento financeiro custa caro para o brasileiro como já falamos.  

Nós como profissionais precisamos abordar o tema, mesmo que a maioria de nós brasileiros evitemos o assunto de sucessão, somos todos mortais, com certeza morreremos um dia e nenhum de nós é privilegiado pelas isenções que beneficiam a realeza britânica, concorda?

Se bem planejado, o imposto de sucessão não afetará a família do seu cliente após a sua partida e tampouco afetará seu fluxo financeiro. Por outro lado, já presenciei algumas situações bastante graves onde a família da cliente estava em sérias dificuldades para pagar os impostos pois todos os bens estavam travados no inventário.

Por mais delicado e evitado seja um tema, precisamos colocar luz sobre ele e esclarecer os cenários possíveis. Como os meus clientes podem confirmar, sempre deixo claro que a decisão final é deles, mas é de minha responsabilidade devido a minha profissão alertá-los das situações e suas possíveis soluções.

Perigo da suposição da independência financeira 4


Esperar receber uma herança

Infelizmente crescemos mas ainda sofremos das mesmas fantasias de quando éramos crianças. Facilmente nos seduzimos por contos de fadas, Hollywood adora mostrar estórias de pessoas que recebem heranças inesperadas. 

Isso fica evidente como mostra a pesquisa da Natixis, mostrando que 70% dos millennials que responderam a pesquisa disseram que esperavam receber uma herança, sendo que apenas 40% de seus pais planejavam deixar uma. 

Uma pesquisa da Schwab identificou uma desconexão semelhante nas expectativas dos herdeiros em relação à realidade. O aumento da longevidade, combinado com as necessidades de cuidados de longo prazo e os custos crescentes desse tipo de serviço, significa que mesmo quando os pais pretendem que seus filhos herdem seu patrimônio, eles podem não conseguir.

Pela minha experiência no mercado de assessoria de investimentos e educação financeira, adultos que esperam uma herança que não se materializa, são muito inclinados a gastar demais e economizar menos durante seus anos de pico de renda. E quando seus pais falecerem e não lhes passarem suas fortunas — ou lhes deixarem muito menos do que esperavam — pode ser tarde demais para compensar esse tempo perdido.

Mentalidade correta: nunca dependa de uma herança! Assuma sempre a responsabilidade do seu futuro.

Se algum cliente estiver levando em consideração uma possível herança em seu plano de aposentadoria, é aconselhável começar a abordar esse assunto o mais rápido possível. Tema delicado que pode gerar bastante frustração e as pessoas tendem a ficar na defensiva. O alinhamento de expectativas é a melhor forma de cultivar um relacionamento de longo prazo com nossos clientes. Muitas vezes, conversas desagradáveis como essa são necessárias. Gosto muito da estratégia de criação de cenários e estudar os impactos práticos de cada um e como melhor nos posicionar.

Banco UBS chama Brasil de patinho feio que esta virando cisne

Após figurar com uma das inflações mais altas do mundo nos últimos meses, o Brasil vai reverter o cenário de alta dos preços antes que outros países. A avaliação foi apresentada em um relatório do banco suíço UBS. De acordo com o artigo intitulado “De patinho feio a cisne”, o Brasil tende a voltar à parte inferior do ranking global nos próximos meses. A informação é do Portal R7.


Apesar da previsão de queda, antes que o resto do mundo, o banco reforça que o núcleo da inflação no Brasil não terá muita desaceleração, com uma alta ainda prevista para os preços do setor de serviços. “Uma parte razoável da aceleração da inflação de serviços será diretamente ligada a um efeito rebote do período inicial da pandemia”, diz o relatório.


Na análise com 14 países, o banco reforça que o Brasil teve a 11ª maior inflação no período compreendido entre março de 2021 e janeiro de 2022. “A inflação foi mais rápida e volátil no Brasil do que nas outras 13 economias no segundo semestre de 2021, e agora esperamos que a inflação brasileira seja menor do que as demais”, destaca o documento.


“Além dos cortes de impostos sobre gasolina e energia elétrica, a acomodação dos preços das commodities e a flexibilização dos gargalos de oferta devem levar a uma desaceleração mais generalizada da inflação de bens no geral”, afirma o relatório.


A previsão é de que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) encerre 2022 em 6,5%. Para 2023, a expectativa do banco foi mantida em 4%. Se confirmada, a projeção mostra que o índice oficial encerrará dezembro apenas 1,5 ponto percentual acima do teto da meta estabelecida pelo governo para o ano.


Somente no mês de agosto, a redução do preço dos combustíveis (-10,82%) resultou em uma deflação de 0,36%. A segunda queda consecutiva do índice representa a menor variação para o mês desde 1998 (-0,51%). Com o movimento, o IPCA acumulado em 12 meses voltou a figurar abaixo dos dois dígitos após um ano e apresenta alta de 8,73%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Perigo da suposição da independência financeira 3

É fácil trabalhar depois dos 65 anos.

Talvez você nunca tenha parado para fazer a conta, mas você vai concordar comigo. Os benefícios financeiros de trabalhar por mais tempo são inquestionáveis. Certo? 

Contribuições mensais com consistência na conta de investimentos, postergar retiradas da carteira e quem sabe, ainda contar com um trocado do INSS para alguns, todos esses pontos podem aumentar bastante a perenidade de uma carteira de investimentos para a aposentadoria dos nossos clientes. 

Com isso em mente, somado o aumento da longevidade, a mudanças nas regras de pensão e o fato de que a incerteza financeira no país afetou os investimentos de muitos pré-aposentados, não é surpresa que muitos idosos estejam adiando seus planos de aposentadoria. Pelo menos aqueles que conseguem. 

Enquanto 53% dos indivíduos ouvidos na Pesquisa da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida – FENAPREVI disseram que gostariam de parar de trabalhar aos 60 anos de idade, apenas 28% disseram que acreditam que irão conseguir se aposentar nessa idade. E o mais importante, 17% não pretendem parar de trabalhar.

No entanto, parece haver uma desconexão entre os planos de quem ainda não chegou nessa fase e demonstram a vontade de adiar a aposentadoria com a realidade se eles realmente o fazem. Tanto no sentido de conseguir se manter empregado com idades mais avançadas quanto não ser afastado por motivos de saúde.

Mentalidade correta: esteja pronto para recorrer a outras medidas, como aumentar seu percentual de investimentos mensais.

Embora trabalhar por mais tempo possa trazer um benefício triplo para o plano de aposentadoria – dos nossos clientes, conforme falamos acima – é um grave erro supor que é fácil de fazê-lo. 

Se fizemos as contas e os números mostram que o cliente fica abaixo dos valores que busca, nós podemos ajudar a planejar alguns cenários como aumentar seus rendimentos, cortar custos e buscar outras medidas para aumentar seu percentual de investimentos (taxa de poupança) mensal. 

No último caso, damos uma emagrecida nas projeções de renda após os 65 anos, pois talvez o cliente não seja capaz – ou possa optar – de ganhar uma renda tão alta em seus últimos anos quanto era capaz em suas melhores fases.

Perigo da suposição da independência financeira 2

A inflação será leve.

Vemos atualmente no Brasil e no mundo uma inflação alta e – até o momento que escrevo esse artigo – descontrolada. Nos últimos 3 anos por aqui e na maior parte das últimas duas décadas no mundo, a inflação não foi um problema, com o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA no Brasil e CPI nos EUA) sob controle. 

Mesmo com o nosso histórico inflacionário, é comum ver os nossos clientes ignorando a inflação em suas projeções ou pelo menos minimizando ao prever os gastos com aposentadoria. Estamos acostumados a ouvir pessoas apenas se referindo as taxas nominais de seus investimentos e nunca falando em termos de juros real, aquele que fica no seu bolso após descontar o que foi queimado pela inflação.

Com o cenário atual, no entanto, nos deparamos com o perigo de supor que os preços ao consumidor permaneceriam estáveis, já que a leitura mais recente de inflação no Brasil e principalmente no mundo, mostrou um aumento de 8,5% no ano encerrado em julho de 2022 (EUA).

Por que isso é ruim? Pois se a inflação permanecer alta, os aposentados precisarão retirar mais dos seus investimentos do que esperavam, apenas para manter seus padrões de vida atuais.

Mentalidade correta: Adote números de inflação (projeções) de longo prazo mais pessimistas para planejar e considere usar hedges (proteções) de inflação em sua carteira de aposentadoria.

Em vez de assumir que a inflação permanecerá controlada e baixa nos anos que antecedem e durante a aposentadoria dos nossos clientes, os assessores de investimentos devem usar números de inflação mais pessimistas para ajudar a orientar suas decisões de planejamento.

Embora pareça ruim e irracional ser pessimista e supor que os números de inflação atualmente vistos persistirão para sempre, talvez se adotar entre 3% a 5% possa ser um ponto de partida razoável. 

O ideal seria personalizar as previsões de inflação com base nos hábitos de consumo reais de nossos clientes. Por exemplo, os custos com saúde geralmente representam uma fatia maior dos gastos de muitos aposentados do que para a população em geral, enquanto os gastos com moradia podem ser um item com menor peso no gasto total dos aposentados, especialmente se o perfil de clientes que cuida possuam casa própria.

A possibilidade de que a inflação possa subir mais durante sua aposentadoria do que entre 2000 e 2020 também defende a adoção de proteções (hedges) de inflação em sua carteira de investimentos focada na aposentadoria. Isso pode ajudar a preservar o poder de compra do seu cliente. 

Existem diversas estratégias para fazer esse tipo de alocação. Lembre-se que sempre depende do perfil do nosso cliente. Podemos adotar tanto estratégias usando investimentos em renda fixa quanto algumas opções em renda variável. Cuidado apenas em suas projeções e otimismo com o futuro ao manter muitos investimentos com taxa pré-fixada, cujo potencial de retorno pode ser negativo quando a inflação é descontada.