O pássaro foi libertado

“Bird is freed” – O pássaro foi libertado – esse foi o post do novo dono do Twitter (TWTR). Com isso, uma nova era se inicia, uma nova liderança e Elon foi rápido em atualizar seu perfil na plataforma para “Chief Twit”. 

 

O bilionário finalmente concluiu sua aquisição de US$ 44 bilhões da rede social, que agora operará como uma empresa privada. Entre os que deixarão a empresa estarão o CEO Parag Agrawal, o CFO Ned Segal, bem como Vijaya Gadde, o chefe de política jurídica, e Sean Edgett, que é conselheiro geral do Twitter desde 2012 (seus pagamentos combinados de rescisão devem chegar a US$ 200MM.

 

Supostamente Elon Musk trouxe engenheiros da Tesla (TSLA) para se reunir com líderes de produtos do Twitter para aprofundar os detalhes e ajudá-lo a entender o código de programação. Musk também apareceu carregando uma pia de cozinha para a sede do Twitter em São Francisco. Ele fez uma piada no seu perfil do twitter com o video dele entrando com a pia no HQ da empresa e dizendo “let that sink in” – significa deixe cair a ficha.

 

“A razão pela qual adquiri o Twitter é porque é importante para o futuro da civilização ter um centro digital comum, onde uma ampla gama de crenças possa ser debatida de maneira saudável, sem recorrer à violência”, escreveu ele. “Atualmente existe um grande perigo de que a mídia social se estilhace em câmaras de eco de extrema direita e extrema esquerda que geram mais ódio e dividem nossa sociedade. Dito isso, o Twitter obviamente não pode se tornar um inferno livre para todos, onde tudo pode ser dito sem consequências! Além de cumprir as leis do país, nossa plataforma deve ser calorosa e acolhedora para todos, onde você pode escolher as experiências desejadas de acordo com suas preferências.”

 

Porém a plataforma ainda precisa fazer dinheiro. “Fundamentalmente, o Twitter aspira ser a plataforma de publicidade mais respeitada do mundo que fortalece sua marca e expande sua empresa”, continuou Musk. Ele também sugeriu que o Twitter deveria avançar para as assinaturas e remover os anúncios do Twitter Blue, um programa premium que oferece aos usuários recursos adicionais. Mais recentemente, Musk indicou a necessidade de intensificar a inovação de produtos na tentativa de criar um “aplicativo de tudo” que incorpore pagamentos, compras e comércio.

Três aspectos importantes do novo Wealth Management

Em private banking, especificamente no segmento wealth management, três fatores críticos estão atualmente sendo transformados e mudando o cenário da assessoria financeira.

 

Novos Donos da Riqueza

Precisamos buscar conhecer quem são os novos donos da riqueza. Os nossos novos clientes tem diferentes perfis. Desde a geração Z até em muitos casos, os cônjuges que perdem seus parceiros. 

 

Encontramos atualmente fontes de riqueza totalmente novas que trazem novos tipos de clientes para nossos escritórios. Impressionante a quantidade de prospects que atendemos que estão passando por eventos de liquidez, um número crescente de empreendedores que saem das empresas que eles fundaram.

 

Todos os fundadores eventualmente deixarão suas empresas, e pode ter certeza, que é apenas uma questão de tempo para isso acontecer. Como muitas startups hoje também arrecadam dinheiro de investidores individuais, muitas vezes esses investidores já são nossos clientes, é natural que esses fundadores possam estar interessados em contar com nossos serviços e seguir uma jornada semelhante com a liquidez que estão para receber.

 

Além dos empreendedores, também existem tipos inteiramente novos de riqueza. Os jovens nativos do mercado das criptomoedas ou bilionários de bitcoin são um exemplo, e com mais mudanças nos sistemas financeiros, só podemos imaginar que outros tipos de riqueza surgiriam em breve.

Mudança nos Valores Pessoais

Ficamos felizes em ver que os clientes de wealth buscam cada vez mais valor além do retorno financeiro de seus investimentos. Foco e preocupações com os impactos ambientais, ou no nível social, olhando para fatores como diversidade, equidade e inclusão. 


Precisamos estar preparados pois esse desejo de melhorar é evidente ao nosso redor. Um sinal claro é o aumento da discussão a respeito de ESG entre muitos participantes tanto do mercado financeiro, quanto de todas as outras indústrias – mesmo que muito disso seja ainda apenas da boca para fora. Qual será a próxima tendência?


Existe cada vez mais a demanda por transparência e responsabilidade do mundo em geral. É recomendado para os clientes de perfil private que busquem se preparar para essas novas demandas e que seus portfólios de investimento reflitam suas boas intenções. Ninguém quer atualmente correr o risco de ser cancelado, não é mesmo?


Novas Formas de Investir

Muito antes de 1600, quando a Companhia Holandesa das Índias Orientais criou a Bolsa de Valores de Amsterdã. O mercado financeiro já viu de tudo. Em 1700 aC, os mesopotâmios ofereciam terras como garantia em troca de um projeto. Ao longo dos séculos, os investidores precificam tudo, desde especiarias, passando pelo aço até chegar às ações. 


Uma coisa é certa, não se iluda achando que investidores sofisticados estão apenas olhando para investimentos em bolsa de valores, mas também, buscando novas alternativas para diversificar suas carteiras.


Hoje há um foco significativo em alternativas e investimentos diretos, juntamente com novas classes de ativos e veículos que não estavam disponíveis até pouco tempo atrás. Já ouviu falar das SPACs? Na moda há três anos e estão chegando agora no Brasil. Além disso, os investimentos em tecnologias de criptografia, ativos digitais e blockchain aumentaram em popularidade nos últimos dois anos.


Conclusão

Se nós, como assessores financeiros, queremos oferecer o mais alto nível de serviço para clientes private, precisamos buscar antecipar os movimentos e olhar o mundo pelos seus olhos. Ao invés da visão do rato que está enfiada nos buracos dos detalhes de produtos financeiros, desenvolver a visão da águia que enxerga tudo de uma perspectiva superior capturando detalhes que escapam dos que não conseguem voar na mesma altura. 

Sucesso do IPO da Porsche com o símbolo P911

A Porsche, lendária fabricante, famosa pelo icônico Porsche 911, fez ontem dia 29/09, o maior IPO desde 2011 na Europa e uma das maiores do mundo neste ano. No lançamento, a Porsche foi avaliada no equivalente a US$ 73,4 bilhões.

A oferta incluiu várias referências ao modelo mais famoso da Porsche, o 911: são 911 milhões no total e o símbolo do seu ticker é P911.

O preço por ação no lançamento foi de € 82,50, topo da faixa indicativa. Com a captação de 9,4 bilhões de euros para a Volkswagen, o que foi o dobro do total arrecadado até o momento pelas ofertas iniciais na Europa deste ano. A empresa foi avaliada em 77 bilhões de euros – ou 75 bilhões de dólares. 

Neste primeiro dia de negociações, as ações chegaram a ser negociadas a € 85,15. Esse movimento de alta (mais de 3% ao longo do dia), inverteu de sinal. Ao fim do pregão, os papéis registravam baixa de 10,9%, cotados a 60,48 euros.

O IPO acabou desafiando a queda acentuada dos índices europeus nesta quinta (29), incluindo a da bolsa alemã DAX. Os subscritores do acordo haviam precificado a oferta em no máximo 82,50 euros.

O processo de abertura de capital das empresas diminuiu recentemente e a listagem da Porsche também se tornou um raro ponto positivo nesse aspecto. Mercado que vem sofrendo com a alta volatilidade e com isso os investidores buscavam ativos mais seguros, como o dólar norte-americano. De acordo com a Refinitiv, o número de ofertas iniciais (IPOs) caiu 40% no mundo inteiro no ano de 2021. 

Você conhece o fosso econômico do Warren Buffet?

Você já ouviu falar da Berkshire Hathaway, certo? Não???  Com certeza conhece o famoso CEO, Warren Buffett. Ele é o cara da Berkshire, mas então, o que a Berkshire Hathaway faz exatamente? E o que os 40.000 acionistas e a legião de fãs desse lendário gênio dos investimentos buscam aprender com Warren Buffett?

 

A Berkshire Hathaway começou como uma empresa têxtil fundada em 1800. Porém, agora é uma das cinco maiores companhias dos Estados Unidos. Ao lado de Microsoft, Apple, Amazon e Facebook. A Berkshire é uma holding com aproximadamente 50 outras empresas, em vários setores – seguros, ferrovias, serviços públicos, aeroespacial, restaurantes, brinquedos e até vestuário.

 

Como Buffett diz: “A chave para investir não é avaliar o quanto uma indústria afetará a sociedade ou quanto ela crescerá, mas determinar a vantagem competitiva de qualquer empresa e, acima de tudo, a durabilidade dessa vantagem. Os produtos ou serviços que possuem fossos amplos e sustentáveis ao seu redor são os que oferecem recompensas aos investidores.”

 

Esse termo “fosso econômico” é usado para descrever a vantagem competitiva de uma empresa, produto ou serviço. Da mesma forma que o fosso protege um castelo, certas vantagens ajudam a proteger as empresas de seus concorrentes. Empresas com fossos largos fazem grandes investimentos porque podem evitar a concorrência e obter altos retornos sobre o capital por muitos anos.

 

A estratégia genial da Berkshire sempre foi sua capacidade de farejar empresas com esses fossos e usar o excesso de fluxo de caixa gerado por essas empresas e investi-los de volta em projetos que rendem mais do que seu custo de capital por longos períodos de tempo.

Se você – assim como eu – é fã do Warren Buffet, leia também o artigo dos 5 Pilares para Investir como Warren Buffet.

A Precision Castparts, por exemplo, é uma fabricante de componentes para as indústrias aeroespacial, de energia e outras que funcionam sob condições extremas e adversas.

 

Ao longo dos anos, a PCC fornece esses componentes a preços baixos a clientes como General Electric, Rolls Royce e United Technologies. Os clientes pensam duas vezes antes de trocar de fornecedor, devido aos aspectos técnicos rigorosos que esses componentes precisam satisfazer. Esse alto custo de troca cria o chamado “fosso econômico” em torno dos negócios da PCC que ajuda a Precision Castparts a obter retornos que excedem facilmente seu custo de capital.

 

Outro exemplo, em 1996 a Berkshire concluiu a aquisição da seguradora Geico. Os sócios Buffett e Munger foram atraídos pelos custos operacionais baixíssimos da empresa – outras seguradoras como Allstate e State Farm, possuem custos mais altos.

 

Buffett explicou essa vantagem em sua carta aos acionistas de 1996 dizendo: “A diferença entre os custos da Geico e os de seus concorrentes é uma espécie de fosso que protege um valioso e cobiçado castelo comercial. Os gestores continuamente alargam o fosso, reduzindo ainda mais os custos, defendendo e fortalecendo assim a franquia econômica”

 

A Burlington Northern Santa Fe Railway possui 32.500 milhas de trilhos. Ativos físicos como esses, especialmente em setores regulamentados pelo governo, são difíceis e caros para um concorrente replicar. Esse negócio é um ótimo exemplo de empresa com ativos intangíveis e escala eficiente.

 

A Berkshire também possui uma carteira de ações negociadas em bolsa em seu portfólio que também desfrutam de fossos econômicos. Possui 400 milhões de ações da Coca-Cola, o que representa quase 10% do capital da empresa.

 

Como uma das maiores empresas de bebidas do mundo, a Coca-Cola conquistou um amplo fosso econômico, graças aos ativos intangíveis de sua marca e às vantagens de custo criadas por seus fortes relacionamentos com varejistas e economias de escala.

 

A estratégia final da fórmula do sucesso de Buffett é conseguir esses grandes negócios a preços justos. Negócios de alta qualidade com fluxos de caixa confiáveis não ficam baratos com tanta frequência, e Buffett toma cuidado para não pagar demais.

 

Como sempre falo com os assessores financeiros que tenho contato, assim como com meus clientes, o fundamental é termos uma estratégia de longo prazo bem estabelecida e ao longo da jornada buscarmos somar em nosso portfolio, investimentos que estejam alinhados com o nosso plano e perfil.

 

Se você também é um assessor de investimentos ou planejar financeiro, recomendo fortemente ter esse alinhamento com seus clientes e alinhar as expectativas. Se você é um investidor ou investidora, sugiro que tenha esse tipo de conversa com o profissional que cuida de você.

Pra fazer isso eu penso no meu pai

Ok, não é novidade para ninguém que o consumidor é a pedra angular para o sucesso de qualquer companhia e deve nortear as decisões de todo gestor que busca criar um negócio vencedor. Empresas como Starbucks, Zappos e Amazon se orgulham por terem criado uma cultura “customer-centric“, ou seja, que orbita em torno de uma obsessão: a satisfação de seus clientes.


Não à toa, a experiência do cliente ultrapassou o preço e a qualidade do produto como o principal diferencial de uma marca, de acordo com o Customers 2022 Report. Segundo o levantamento, 86% dos consumidores disseram que um atendimento diferenciado e exclusivo é um fator preponderante para comprar ou não de uma marca.


E no nosso mercado de assessoria de investimentos? Porque ainda é tão difícil ter essa visão? Um cliente não é um número que vai te levar aos seus objetivos. Ao contrario! Você que deve montar uma estratégia e implementá-la com diligência, a qual levará o seu cliente aos objetivos dele e não aos seus. Se fizer isso, naturalmente conseguirá capturar valor na forma de remuneração pelos seus serviços de alta qualidade e ao receber recomendações, tão valiosas no nosso mercado, o ciclo se completará e o seu negócio continuará em frente.


Faço um apelo aqui para que nós, bankers, assessores financeiros, investment advisors, chame-se do que quiser, mas que coloquemos de fato os interesses dos nossos clientes em foco na tomada de todas as nossas decisões. 


A minha forma de fazer esse reality check é a seguinte. Sempre que estou com prospects ou com meus clientes, eu vejo meu pai diante de mim. Isso muitas vezes é fácil, pois cuido de muitas médicas e médicos. Vejo neles a dedicação e o esforço para ganharem seus rendimentos com seu trabalho. Sei por experiência que por todo esse foco e dedicação, naturalmente não tem tempo para mergulhar também no mundo financeiro – se pudessem provavelmente seriam melhores do que nós – e por essa razão, eu devo cuidar com muita responsabilidade desses preciosos recursos. São famílias, são vidas que seus futuros dependem dos nossos bons conselhos financeiros.


Sei que posso ser ridicularizado por falar isso num mercado conhecido pela frieza dos números e das relações. Mas acredito que esse tema seja fundamental num mercado ainda em construção. Precisamos mudar a mentalidade e enxergar nossas carreiras no longo prazo e não em termos de receitas imediatas. 


Lembre-se, uma empresa ganha mais mantendo os clientes que possui e fazendo mais negócios com eles. Vamos lembrar que o CLV – customer lifetime value – é a previsão do lucro líquido atribuído a todo o relacionamento futuro com um cliente. Mas esse é tema para outro artigo.

Informações finais desse momento histórico do IPO da Porsche

• Faixa de preço para Ações Preferenciais fixada entre EUR 76,50 a EUR 82,50 por ação

• A faixa de preço corresponde a um volume de colocação de EUR 8,71 bilhões a EUR 9,39 bilhões

• O período da oferta começou em 20 de setembro de 2022 e deverá terminar hoje 28 de setembro de 2022

• Os investidores líderes QIA, Norges Bank Investment Management, T. Rowe Price e ADQ subscreverão Ações Preferenciais no valor total de até 3,68 bilhões de euros se o preço final da oferta estiver no topo da faixa


“Estamos no caminho certo (We are on track) – acreditamos que a Porsche AG, com seu modelo de negócios robusto e desempenho financeiro atraente, está pronta para lançar seu IPO”, diz Lutz Meschke, vice-presidente do conselho executivo e membro do conselho responsável por finanças e TI da Porsche AG .


Olha só que incrível, o capital social da Porsche AG foi dividido em 911 milhões de ações, sendo 50% ações preferenciais e 50% ações ordinárias ao portador. Um total de até 25% das Ações Preferenciais, compostas por 99.021.740 Ações Preferenciais como parte da oferta base e 14.853.260 Ações Preferenciais para um potencial lote suplementar, está sendo oferecido aos investidores das participações da Porsche Holding Stuttgart GmbH (o “Acionista Vendedor”). 


Infelizmente isso não chegou por aqui. As Ações Preferenciais serão ofertadas publicamente a investidores na Alemanha, Áustria, França, Itália, Espanha e Suíça, bem como por meio de colocações privadas em algumas outras jurisdições de acordo com os regulamentos aplicáveis. Por isso sou forte defensor da necessidade de internacionalizarmos parte dos nossos investimentos, investirmos parte do nosso patrimônio fora do Brasil.


Conforme já havia sido anunciado pela Volkswagen AG, a faixa de preço das Ações Preferenciais foi fixada em EUR 76,50 a EUR 82,50 por Ação Preferencial, correspondendo a um volume de colocação incluindo possíveis lotes suplementares de EUR 8,71 bilhões a EUR 9,39 bilhões. A Volkswagen AG receberá todos os recursos do IPO.


Hoje, dia 28 de setembro de 2022 deve terminar o período de oferta. As Ações Preferenciais devem ser listadas e começar a ser negociadas no Mercado Regulamentado da Bolsa de Valores de Frankfurt (Prime Standard) possivelmente amanhã, dia 29 de setembro de 2022.


A Qatar Investment Authority (QIA) se comprometeu a adquirir 4,99% do capital social preferencial da Porsche AG como investidor âncora no IPO, correspondendo a um valor de 1,74 bilhão de euros a 1,88 bilhão de euros, dependendo do preço final dentro da faixa de preço. Além disso, Norges Bank Investment Management, T. Rowe Price e ADQ comprometeram-se a subscrever Ações Preferenciais com um valor total de EUR 750 milhões, EUR 750 milhões e EUR 300 milhões, respectivamente, também como investidores âncoras dentro da faixa de preço.


Se tiver curiosidade para maiores informações dessa operação que está gerando muita expectativa no mercado, o prospecto de valores mobiliários está disponível no site da Porsche www.porsche.com/ipo.


Nessa operação estão envolvidas diversas instituições financeiras: BofA Securities, Citigroup, Goldman Sachs e J.P. Morgan como líderes. BNP Paribas, Deutsche Bank, Morgan Stanley, Santander, Barclays, Société Générale e UniCredit foram designados como Joint Bookrunners. Commerzbank, Crédit Agricole, LBBW e Mizuho foram nomeados como co-lead managers. Mediobanca está atuando como consultor financeiro da Porsche AG.

Por que o IPO da Porsche pode ser o evento financeiro do ano

Esse é o último post da série a respeito do IPO da Porsche.

Se está chegando agora, comece por:

Quando é o IPO da Porsche e como as ações serão estruturadas?

Por que a estrutura de ações da Porsche é tão complicada?

We are on track…” – Estamos no caminho certo, mas também o trocadilho, pois significa Estamos nas pista! – “…acreditamos que a Porsche AG, com seu modelo de negócios robusto e desempenho financeiro atraente, está pronta para lançar seu IPO”. Assim comunicou um dos membros do conselho da Porsche AG.

Vamos aos argumentos para buscarmos responder o motivo de tanta expectativa com esse IPO.

 

#1 – Números dos últimos anos

No ano de 2021, 126 empresas levantaram 16,9 bilhões de libras em Londres, o maior volume levantado de capital em IPO desde 2007. Em toda a Europa, no ano 2021, foram 422 IPOs que levantaram 75 bilhões de euros. Em comparação com 135 IPOs levantando 20,3 bilhões de euros em 2020. Apesar do ambiente financeiro complicado, novas aberturas de capital ainda estão na moda.

 

#2 – Fator Alemanha

O IPO da Porsche provavelmente será um dos maiores já feitos na Alemanha, que é de longe a maior economia da UE.

 

#3 – Importante aspecto psicológico

A Porsche AG é a joia da coroa do portfólio das marcas da Volkswagen. Se por um lado a determinação das famílias Porsche e Piëch em manter o controle pode diminuir o ímpeto de alguns investidores institucionais, por outro lado, alguns podem ver o IPO como a única chance de adquirir essas preciosas ações.

 

Isso porque as famílias podem não liberar mais ações no futuro. Muitos investidores de IPO vão se apegar às suas ações da Porsche com o fanatismo de uma criança com um cartão Pokemon de primeira edição.

 

#4 – Valor emocional

Muitos não podem comprar esse carro que é o sonho da maioria, certo? Estamos falando das ações da Porsche. Com certeza, alguns vão querer ter ações dessa marca icônica simplesmente pelo valor emocional de possuir tal patrimônio.

 

#5 – Passado

Precisamos também considerar o short squeeze de outubro de 2008. Por um momento brilhante, a Volkswagen foi a empresa mais valiosa do mundo, valendo mais de € 1.000 por ação. Durante dias difíceis da crise financeira daquele ano, os vendedores a descoberto perderam bilhões, enquanto alguns investidores se tornaram milionários da noite para o dia.

 

Embora a situação seja diferente agora, Volkswagen e Porsche são dois nomes de ações gravados na consciência dos investidores internacionais. E com o short squeeze do GameStop do ano passado ainda fresco, é provável que o interesse do varejo seja elevado.

 

Conclusão

Todo esse cenário deixa o IPO da Porsche AG como potencialmente a única chance de adquirir uma participação em uma das marcas de automóveis mais famosas e lucrativos do mundo. 

Estrutura das ações da Porsche

Essa é uma série de 3 posts explicando esse evento. Esse é o 2o deles.

Leia também:

Quando é o IPO da Porsche e como as ações serão estruturadas?

Por que o IPO da Porsche pode ser o evento financeiro do ano?

Por que a estrutura de ações da Porsche é tão complicada?

Bem-vindo ao mundo dos investimentos, onde a empresa A pode comprar ações da empresa B, que possui ações da empresa C, que possui ações da empresa A. As estruturas de participações acionárias são o auge da engenharia financeira. Desvendar quem ou o que é dono de uma empresa pode ser difícil de entender. Nesse caso, a estrutura de ações da Volkswagen-Porsche é um caso mais complexo do que a maioria.


Os senhores Ferdinand Porsche e Anton Piëch fundaram a Porsche em 1931, enquanto a Frente Trabalhista Alemã fundou a Volkswagen em 1937. Essas duas empresas tem uma história bastante detalhada e precisaríamos de uma série muito maior de posts para detalhar tudo isso.


O fundamental é que os descendentes de Porsche e Piëch possuem todas as ações ordinárias da Porsche SE, enquanto algumas ações preferenciais são detidas por investidores institucionais e privados.


A Porsche SE possui 31,4% das ações da Volkswagen, mas 53,3% dos direitos de voto. O Estado da Baixa Saxônia detém 11,8% das ações e 20% dos direitos de voto, enquanto a Qatar detém 10,5% das ações e 17% dos direitos de voto. Entendeu?


Resumindo, as famílias Porsche e Piëch controlam juntas a Porsche SE, que controla a Volkswagen, que controla a Porsche AG. Ficou mais fácil?


A conclusão é que as famílias originais manterão um domínio sobre a Porsche AG quando ela for desmembrada, tanto via Volkswagen quanto por propriedade direta.


Respira fundo e vamos para o último post -> Por que o IPO da Porsche pode ser o evento financeiro do ano?

IPO da Porsche: tudo o que você precisa saber

O IPO da Porsche está marcado para o dia 29 de setembro. Está sendo criada uma enorme expectativa e talvez seja um dos maiores da história do mercado de ações europeu e provavelmente será o evento financeiro do ano.

Montei uma série de 3 posts explicando esse evento. Esse é o 1o deles.

Leia também:

Por que a estrutura de ações da Porsche é tão complicada?

Por que o IPO da Porsche pode ser o evento financeiro do ano?

Quando é o IPO da Porsche e como as ações serão estruturadas?

A Oferta Pública Inicial (IPO) da Porsche AG está marcada para 29 de setembro, na bolsa de Frankfurt – Alemanha. A Volkswagen, empresa controladora da marca, vai lançar 12,5% das ações da Porsche, levantando cerca de R$ 47 bilhões (€ 9 bilhões) para a empresa.


No momento do IPO, a Volkswagen anunciou que a Porsche AG será dividida em duas metades, dividida entre ações ordinárias e ações preferenciais.


Interessante saber que as ações ordinárias – com direito de voto e controle – não serão listadas, permanecendo com a Volkswagen. As demonstrações financeiras da Porsche AG permanecerão dentro dos resultados da Volkswagen, a Volkswagen manterá uma participação de controle e as empresas continuarão se beneficiando da “cooperação industrial”.


Porém, a Porsche Automobil Holding SE, que é controlada pelas famílias Porsche e Piëch, comprará 25% das ações ordinárias mais uma, com um prêmio de 7,5%.


Até 25% das ações preferenciais, que somam um valor de 12,5% da empresa, irão flutuar no IPO, e estas são as disponíveis para compra pelos investidores externos. Como sabemos, no mercado financeiro internacional, as ações preferenciais não têm direito a voto, mas os titulares são priorizados para dividendos e também no caso de a empresa ser liquidada.


Ou seja, isso significa que os investidores no IPO só poderão comprar uma parte minoritária do float e sem controle sobre como a empresa é administrada. Isso geralmente desencoraja os grandes investidores institucionais.


Por outro lado, pequenos investidores que acreditam no negócio – quem não acredita na Porsche? – podem comprar ações dessa marca icônica e com um desconto relativo se houver pouca demanda para os papéis.


Continuação -> Por que a estrutura de ações da Porsche é tão complicada?

Ações da Tesla TSLA caíram forte após divulgação de recall de 1,1 milhão de veículos

A Tesla (TSLA.O) divulgou recall de quase 1,1 milhão de veículos nos EUA. Motivo, o sistema de inversão automática dos vidros pode não reagir corretamente após detectar uma obstrução, aumentando o risco de ferimentos.

 

O fabricante de veículos elétricos disse ao National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA) que realizaria uma atualização do software. O recall afeta alguns veículos 2017-2022 Modelo 3, 2020-2021 Modelo Y e 2021-2022 Modelo S e Modelo X.

 

A Tesla disse que não tinha recebido nenhuma reclamação de garantia, relatórios de campo, acidentes, lesões ou mortes relacionadas ao recall.

 

A NHTSA informou que os veículos não cumpriram os requisitos do padrão federal de segurança para veículos motorizados sobre vidros elétricos.

A Tesla disse que, durante o teste do produto em agosto, os funcionários identificaram o desempenho do sistema de reversão automática da janela que tinha “variações maiores do que o esperado”.

 

Após extensos testes adicionais, a Tesla determinou que o desempenho de detecção e retração dos veículos nos resultados do teste não atendeu aos requisitos dos sistemas de reversão automática.

 

A Tesla disse que, a partir de 13 de setembro, os veículos em produção e em pré-entrega receberam uma atualização de software que define a operação de janelas operadas por energia de acordo com os requisitos.

 

A atualização de software “melhora a calibração do comportamento do sistema de reversão automática da janela do veículo”, disse Tesla.

 

As ações da Tesla caíram forte – 3,5% no pregão da semana passada quando o problema foi revelado.

 

O presidente-executivo da Tesla, Elon Musk, criticou no mesmo dia a descrição do problema como um recall.

 

“A terminologia está desatualizada e imprecisa. Esta é uma pequena atualização de software over-the-air. Até onde sabemos, não houve feridos”, disse ele.

 

 

fonte: reuters.com