O pássaro foi libertado

“Bird is freed” – O pássaro foi libertado – esse foi o post do novo dono do Twitter (TWTR). Com isso, uma nova era se inicia, uma nova liderança e Elon foi rápido em atualizar seu perfil na plataforma para “Chief Twit”. 

 

O bilionário finalmente concluiu sua aquisição de US$ 44 bilhões da rede social, que agora operará como uma empresa privada. Entre os que deixarão a empresa estarão o CEO Parag Agrawal, o CFO Ned Segal, bem como Vijaya Gadde, o chefe de política jurídica, e Sean Edgett, que é conselheiro geral do Twitter desde 2012 (seus pagamentos combinados de rescisão devem chegar a US$ 200MM.

 

Supostamente Elon Musk trouxe engenheiros da Tesla (TSLA) para se reunir com líderes de produtos do Twitter para aprofundar os detalhes e ajudá-lo a entender o código de programação. Musk também apareceu carregando uma pia de cozinha para a sede do Twitter em São Francisco. Ele fez uma piada no seu perfil do twitter com o video dele entrando com a pia no HQ da empresa e dizendo “let that sink in” – significa deixe cair a ficha.

 

“A razão pela qual adquiri o Twitter é porque é importante para o futuro da civilização ter um centro digital comum, onde uma ampla gama de crenças possa ser debatida de maneira saudável, sem recorrer à violência”, escreveu ele. “Atualmente existe um grande perigo de que a mídia social se estilhace em câmaras de eco de extrema direita e extrema esquerda que geram mais ódio e dividem nossa sociedade. Dito isso, o Twitter obviamente não pode se tornar um inferno livre para todos, onde tudo pode ser dito sem consequências! Além de cumprir as leis do país, nossa plataforma deve ser calorosa e acolhedora para todos, onde você pode escolher as experiências desejadas de acordo com suas preferências.”

 

Porém a plataforma ainda precisa fazer dinheiro. “Fundamentalmente, o Twitter aspira ser a plataforma de publicidade mais respeitada do mundo que fortalece sua marca e expande sua empresa”, continuou Musk. Ele também sugeriu que o Twitter deveria avançar para as assinaturas e remover os anúncios do Twitter Blue, um programa premium que oferece aos usuários recursos adicionais. Mais recentemente, Musk indicou a necessidade de intensificar a inovação de produtos na tentativa de criar um “aplicativo de tudo” que incorpore pagamentos, compras e comércio.

O que esperar da temporada de resultados do terceiro trimestre nos EUA

Será dada a largada da temporada de resultados do terceiro trimestre e começaremos essa semana como de costume com a divulgação dos resultados dos grandes bancos americanos. 

 

JPMorgan Chase (JPM), Citi (C) e Wells Fargo (WFC) divulgarão seus números na sexta-feira. Mas analistas e investidores não estão esperando números otimistas que possam dar um impulso ao mercado. As expectativas de crescimento de lucro por ação não são favoráveis, acredita-se que sofrerão consistentemente nessa temporada de resultados e a sensação geral de que o mercado mais amplo reagirá mal.

 

O crescimento do EPS no terceiro trimestre do S&P 500 (SPY) deve ser de 2,6%, abaixo dos 9,8% em julho, de acordo com o FactSet. Os analistas reduziram as previsões de lucro em US$ 34 bilhões e, se o consenso estiver correto, seria o pior trimestre para os resultados desde o terceiro trimestre de 2020 – época de pleno lockdown – informou o FT.

 

De acordo com a última pesquisa de investidores da MLIV Pulse, mais de 60% acreditam que esta temporada de lucros empurrará o S&P 500 para baixo. Entre os mais de 700 entrevistados, os gestores de ativos de alto nível são os mais pessimistas sobre o impacto dos lucros, enquanto os gerentes de risco são os mais otimistas.

 

O BlackRock Investment Institute disse acreditar que as estimativas de lucros ainda parecem “otimistas”. Permanece underweight das ações dos EUA “os valuations não caíram o suficiente para refletir as perspectivas de ganhos mais fracas“.

 

“Se estivermos entrando em uma recessão no próximo ano, o que parece altamente provável, a incerteza dos lucros pode substituir a pressão dos juros como o principal obstáculo para os preços das ações subirem”, escreveu o estrategista da MKM, Michael Darda. “Assim, os próximos 10 meses podem ser complicados.”

 

“Investidores de longo prazo devem, portanto, ter tempo para construir posições compradas com a volatilidade e queda durante os próximos trimestres”, disse Darda. “Os lucros operacionais do S&P 500 normalmente caíram de 15% a 20% em recessões. Até agora, as estimativas atingiram um pico e um platô, em vez de uma cratera. No entanto, os indicadores futuros apontam para mais dificuldades à frente.”

 

Os resultados da Apple (AAPL) serão os mais cruciais para o mercado, com 60% dos entrevistados da MLIV chamando-a de “empresa que mais importa” nesta temporada de lucros. Isso foi seguido pelo JPMorgan com 25% e Tesla (TSLA) com 6%, com Microsoft (MSFT) e Walmart (WMT) gerando um número significativo de votos, segundo a Bloomberg.

 

“Quase universalmente, as pessoas esperam que os ganhos da Energia (XLE) sejam ótimos e que todos os outros setores sejam horríveis”, disseram eles. “Nossa visão é que os lucros virão melhores do que o esperado, porém não atuarão como um vento contrário para os mercados.”

Você conhece o fosso econômico do Warren Buffet?

Você já ouviu falar da Berkshire Hathaway, certo? Não???  Com certeza conhece o famoso CEO, Warren Buffett. Ele é o cara da Berkshire, mas então, o que a Berkshire Hathaway faz exatamente? E o que os 40.000 acionistas e a legião de fãs desse lendário gênio dos investimentos buscam aprender com Warren Buffett?

 

A Berkshire Hathaway começou como uma empresa têxtil fundada em 1800. Porém, agora é uma das cinco maiores companhias dos Estados Unidos. Ao lado de Microsoft, Apple, Amazon e Facebook. A Berkshire é uma holding com aproximadamente 50 outras empresas, em vários setores – seguros, ferrovias, serviços públicos, aeroespacial, restaurantes, brinquedos e até vestuário.

 

Como Buffett diz: “A chave para investir não é avaliar o quanto uma indústria afetará a sociedade ou quanto ela crescerá, mas determinar a vantagem competitiva de qualquer empresa e, acima de tudo, a durabilidade dessa vantagem. Os produtos ou serviços que possuem fossos amplos e sustentáveis ao seu redor são os que oferecem recompensas aos investidores.”

 

Esse termo “fosso econômico” é usado para descrever a vantagem competitiva de uma empresa, produto ou serviço. Da mesma forma que o fosso protege um castelo, certas vantagens ajudam a proteger as empresas de seus concorrentes. Empresas com fossos largos fazem grandes investimentos porque podem evitar a concorrência e obter altos retornos sobre o capital por muitos anos.

 

A estratégia genial da Berkshire sempre foi sua capacidade de farejar empresas com esses fossos e usar o excesso de fluxo de caixa gerado por essas empresas e investi-los de volta em projetos que rendem mais do que seu custo de capital por longos períodos de tempo.

Se você – assim como eu – é fã do Warren Buffet, leia também o artigo dos 5 Pilares para Investir como Warren Buffet.

A Precision Castparts, por exemplo, é uma fabricante de componentes para as indústrias aeroespacial, de energia e outras que funcionam sob condições extremas e adversas.

 

Ao longo dos anos, a PCC fornece esses componentes a preços baixos a clientes como General Electric, Rolls Royce e United Technologies. Os clientes pensam duas vezes antes de trocar de fornecedor, devido aos aspectos técnicos rigorosos que esses componentes precisam satisfazer. Esse alto custo de troca cria o chamado “fosso econômico” em torno dos negócios da PCC que ajuda a Precision Castparts a obter retornos que excedem facilmente seu custo de capital.

 

Outro exemplo, em 1996 a Berkshire concluiu a aquisição da seguradora Geico. Os sócios Buffett e Munger foram atraídos pelos custos operacionais baixíssimos da empresa – outras seguradoras como Allstate e State Farm, possuem custos mais altos.

 

Buffett explicou essa vantagem em sua carta aos acionistas de 1996 dizendo: “A diferença entre os custos da Geico e os de seus concorrentes é uma espécie de fosso que protege um valioso e cobiçado castelo comercial. Os gestores continuamente alargam o fosso, reduzindo ainda mais os custos, defendendo e fortalecendo assim a franquia econômica”

 

A Burlington Northern Santa Fe Railway possui 32.500 milhas de trilhos. Ativos físicos como esses, especialmente em setores regulamentados pelo governo, são difíceis e caros para um concorrente replicar. Esse negócio é um ótimo exemplo de empresa com ativos intangíveis e escala eficiente.

 

A Berkshire também possui uma carteira de ações negociadas em bolsa em seu portfólio que também desfrutam de fossos econômicos. Possui 400 milhões de ações da Coca-Cola, o que representa quase 10% do capital da empresa.

 

Como uma das maiores empresas de bebidas do mundo, a Coca-Cola conquistou um amplo fosso econômico, graças aos ativos intangíveis de sua marca e às vantagens de custo criadas por seus fortes relacionamentos com varejistas e economias de escala.

 

A estratégia final da fórmula do sucesso de Buffett é conseguir esses grandes negócios a preços justos. Negócios de alta qualidade com fluxos de caixa confiáveis não ficam baratos com tanta frequência, e Buffett toma cuidado para não pagar demais.

 

Como sempre falo com os assessores financeiros que tenho contato, assim como com meus clientes, o fundamental é termos uma estratégia de longo prazo bem estabelecida e ao longo da jornada buscarmos somar em nosso portfolio, investimentos que estejam alinhados com o nosso plano e perfil.

 

Se você também é um assessor de investimentos ou planejar financeiro, recomendo fortemente ter esse alinhamento com seus clientes e alinhar as expectativas. Se você é um investidor ou investidora, sugiro que tenha esse tipo de conversa com o profissional que cuida de você.

IPO da Porsche: tudo o que você precisa saber

O IPO da Porsche está marcado para o dia 29 de setembro. Está sendo criada uma enorme expectativa e talvez seja um dos maiores da história do mercado de ações europeu e provavelmente será o evento financeiro do ano.

Montei uma série de 3 posts explicando esse evento. Esse é o 1o deles.

Leia também:

Por que a estrutura de ações da Porsche é tão complicada?

Por que o IPO da Porsche pode ser o evento financeiro do ano?

Quando é o IPO da Porsche e como as ações serão estruturadas?

A Oferta Pública Inicial (IPO) da Porsche AG está marcada para 29 de setembro, na bolsa de Frankfurt – Alemanha. A Volkswagen, empresa controladora da marca, vai lançar 12,5% das ações da Porsche, levantando cerca de R$ 47 bilhões (€ 9 bilhões) para a empresa.


No momento do IPO, a Volkswagen anunciou que a Porsche AG será dividida em duas metades, dividida entre ações ordinárias e ações preferenciais.


Interessante saber que as ações ordinárias – com direito de voto e controle – não serão listadas, permanecendo com a Volkswagen. As demonstrações financeiras da Porsche AG permanecerão dentro dos resultados da Volkswagen, a Volkswagen manterá uma participação de controle e as empresas continuarão se beneficiando da “cooperação industrial”.


Porém, a Porsche Automobil Holding SE, que é controlada pelas famílias Porsche e Piëch, comprará 25% das ações ordinárias mais uma, com um prêmio de 7,5%.


Até 25% das ações preferenciais, que somam um valor de 12,5% da empresa, irão flutuar no IPO, e estas são as disponíveis para compra pelos investidores externos. Como sabemos, no mercado financeiro internacional, as ações preferenciais não têm direito a voto, mas os titulares são priorizados para dividendos e também no caso de a empresa ser liquidada.


Ou seja, isso significa que os investidores no IPO só poderão comprar uma parte minoritária do float e sem controle sobre como a empresa é administrada. Isso geralmente desencoraja os grandes investidores institucionais.


Por outro lado, pequenos investidores que acreditam no negócio – quem não acredita na Porsche? – podem comprar ações dessa marca icônica e com um desconto relativo se houver pouca demanda para os papéis.


Continuação -> Por que a estrutura de ações da Porsche é tão complicada?

Boom supersônico

Nesses últimos dois anos, existiu um grande hype na retomada das viagens comerciais supersônicas até o final da década. Um dos concorrentes mais promissores, a startup Boom Supersonic, assinou recentemente um acordo para vender 20 aviões Overture para a American Airlines (NASDAQ: AAL), apenas um ano depois de assinar um acordo semelhante com a United (NASDAQ: UAL). O Overture está programado para transportar de 65 a 80 passageiros e voar tão rápido quanto Mach 1,7 (1.304 mph), reduzindo drasticamente os tempos de voo transatlântico e transpacífico.

 

O problema:

O grande ponto está em encontrar um fabricante de motores. A Rolls-Royce (OTCPK: RYCEY) acaba de anunciar que está saindo do projeto depois de concluir vários estudos de engenharia. Após os comentários, a GE Aviation (NYSE: GE), Honeywell (NASDAQ: HON) e a Safran Aircraft Engines (OTCPK: SAFRY) também confirmaram que não estavam interessadas em fazer um motor supersônico para a Boom. Enquanto isso, a Pratt & Whitney, da Raytheon (NYSE: RTX), outra empresa capaz de fabricar esse motor, chamou os planos de “tangenciais” aos seus negócios.

 

“A Boom afirmou que deseja que sua aeronave seja o mais ambientalmente responsável possível, o que é um objetivo nobre e extremamente importante, mas já é difícil e caro o suficiente para a Boom construir o avião”, observou Henry Harteveldt, analista de viagens da Atmosphere Research Group. No entanto, se a Boom pudesse construir com sucesso tanto um avião quanto um motor, a startup poderia se tornar um alvo de aquisição para empresas aeroespaciais como Boeing (NYSE: BA) ou Airbus (OTCPK: EADSY). A empresa poderia, alternativamente, vender seu projeto de motor por uns bons trocados ou lucrar com o “boom” da retomada das viagens supersônicas comerciais.

 

A curiosidade: 

Embora tenha havido muitas aeronaves militares supersônicas, os únicos modelos para transportar passageiros civis eram o Concorde e o Russo Tupolev Tu-144. O Concorde saiu de serviço em 2003 – sobrecarregado por altas despesas e um acidente fatal em 2000 que levou o modelo a ser descontinuado – enquanto o Tu-144 tinha serviço limitado e se aposentou em 1999. As viagens supersônicas comerciais eram um assunto muito comentado quando foi desenvolvido na década de 1960, tanto que a cidade de Seattle nomeou sua franquia da NBA de “SuperSonics” após o projeto de transporte supersônico da Boeing, que mais tarde foi cancelado.